28 de dez. de 2007

Band diz não para o Comando da Madrugada

Pegue esta do Comunique-se, a partir de matéria de Miriam Abreu: "Problemas de faturamento fizeram com que a direção da Band decidisse tirar do ar o programa semanal Comando da Madrugada. O apresentador Goulart de Andrade afirma que não está “ofendido, nem aborrecido, nem magoado” com a emissora, mas lamenta que hoje a televisão seja uma “vitrine de celebridades”, palavra que, aliás, ele detesta. O jornalista recebeu propostas e deve continuar no Grupo Bandeirantes.
Considerado o repórter com mais tempo de atividade em televisão, Goulart de Andrade comemora 52 anos no meio que, para ele, tem muitas definições, como "circuito antropológico". “Acho que esse modelo de correr atrás de patrocínio e ter comerciais de 30 segundos está falido”, analisa.
Ele confessou ao Comunique-se que sente falta de um perfil "mais comunicativo com a sociedade”, como na época em que trabalhou para a TV Rio, quando havia um “conteúdo a oferecer muitíssimo mais interessante”, embora a estética ficasse devendo. “Mas era algo mais romântico, não no sentido pejorativo da palavra”. “Somos responsáveis pela formação da opinião.”

17 de dez. de 2007

Olha o Unicom novo aí gente!

Demorou, mas finalmente está pronta a última edição do Unicom - o jornal-laboratório do curso de jornalismo da Unisc, by Santa Cruz do Sul - de 2007. A temática é voltada à cobertura ambiental.
Nossos alunos trataram de assuntos como o desaparecimento das colméias em Santa Cruz do Sul; os problemas no abastecimento de água potável na região; os novos desafios enfrentados pelos orquidófilos; as poluídas águas do Arroio Grande e paraísos que estão por desaparecer, para ficarmos em alguns.
O Unicom, a exemplo dos demais exemplares produzidos este ano, foi concebido de forma interdisciplinar: o conteúdo editorial ficou aos cuidados das turmas de Jornalismo Especializado, Técnicas de Reportagem e Impresso II. As fotografias foram feitas pelos alunos da turma de Fotojornalismo II. Já os anúncios foram criados pelas turmas de Redação em Publicidade e Propaganda e Direção de Artes I.
A capa é de Lázaro Paz Fanfa, sobre foto de Márcial Melz. Já a diagramação ficou aos cuidados de Gelson Pereira e Poliana Pasa. A Sancler Ebert coube a produção. Trabalharam como repórteres os alunos Carina Weber, Daniela Horta, Lucas Nobre, Márcia Melz, Mariane Selli, Poliana Pasa e Rodrigo Nascimento.
Com isso, terminamos o ano com quatro jornais, um mais bonito que o outro.
O Unicom está disponível na Secretaria do Curso de Comunicação Social da Unisc; bloco 15 - Sala 1506.Quem quiser um exemplar deve procurar diretamente na secretaria do curso (Av. Independência, 2293 - bairro Universitário, Santa Cruz do Sul - Bloco 15, sala 1506, ou pelo (51) 37177383) Grande abraço a todos e boas férias.

16 de dez. de 2007

Clap! Clap! Clap! Clap!

Transcrevo, na íntegra, post que chupei do blog Estúdio Pinel, do grande Gabriel Renner, um cara por quem nutro grande respeito desde os tempos do ABC Domingo: "O curta de desanimação produzido por mim e pelo Christian Caselli foi premiado no 2º Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis com o SEGUNDO LUGAR. Agradecemos imensamente a todos aqueles que votaram no filme, o que se transformou num grande incentivo para a produção de mais material desse perfil. Segue aqui, o texto publicado no site do concurso, os critérios dados a nossa premiação: "...Já o segundo prêmio foi dedicado ao trabalho que soube usar os recursos de gravação da forma mais simples e tomando os artesanais recursos do desenho. Além disso é um trabalho bastante adequado para ser visualizado nos aparelhos de celular. Por estes motivos o prêmio de segundo lugar ficou com "O paradoxo da espera do ônibus" de Christian Caselli".

12 de dez. de 2007

Festa da redação do VS

O "momento" em questão diz respeito à festa de fim de ano da redação do Jornal VS, na sexta-feira passada, que literalmente matou a pau de tão criativa e animada. Houve show de rock; performances as mais diversas e teatro, para ficarmos em três. Sem falar no dancerê, claro. No registro, a repórter mais seqüelada do mundo, Camila Severo, entrega a este que vos tecla o troféu "Pior repertório". Logo a mim, que que acho minhas work songs tããããã bonitinhas... Sentirei saudades desta moçada.

10 de dez. de 2007

A quem interessar possa II

Esta semana materializei uma das decisões mais importantes de minha vida: meu desligamento do jornalismo em seu aspecto redação. Compartilho a novidade com vocês agora. Significa que, a partir do dia 7 de janeiro, dedicarei meus esforços jornalísticos exclusivamente à pesquisa e à sala de aula. Não foi uma decisão fácil; lá se vão 23 anos de redação, com passagem pelos jornais Zero Hora, Jornal do Comércio, Folha de Hoje (in memoriam), Exclusivo, Jornal NH, ABC Domingo e Jornal VS, sem falar nos frelas; nos trabalhos em assessoria de imprensa e nas rádios por onde passei, para ficarmos em alguns. Por que isso agora? Basicamente porque estou cansado (são três empregos!!!), mas também porque penso que alguma coisa já foi feita. É preciso, então, direcionar melhor os esforços, estudar mais, aprender mais. Isso será feito de uma forma mais imediata por meio do doutorado, que encerro ano que vem. Mas também pelo trabalho em sala de aula e pelo viés da pesquisa. Quero agradecer do fundo de meu coração a cada um de vocês que estiveram, de uma forma ou de outra, junto a mim ao longo deste caminho. A gente se vê por aí. Valeu!

9 de dez. de 2007

Um passeio pelo Rio dos Sinos

A foto aí do lado é de um passeio que a moçada do jornal VS, by São Leopolo, fez no sábado passado a bordo do barco do Instituto Martim Pescador pelo Rio dos Sinos. O roteiro se iniciou em São Leopoldo e seguiu até a foz do Arroio Portão, onde as quase cem toneladas de peixes foram assassinadas ainda no ano passado. Conversando com Henrique Prietto, presidente do Instituto e ao meu lado na foto, salientei a importância do trabalho que ele desenvolve em prol da preservação do Sinos. Da forma mais interessante possível: mostrando o rio às pessoas. Daqui a uma ou duas gerações, quem sabe, as pessoas se darão conta que há um rio que passa entre as cidades e que é preciso amá-lo para além da água que ele nos fornece.

A quem interessar possa I

Não tenho tido muito tempo para postar aqui neste blog - final de ano é duro, cês sabem - mas esta notícia é por demais boa para ficar guardada: lá por junho ou julho do ano que vem serei pai novamente! De Pedro, ou Antônia, ainda não sabemos. Ao que pergunto: já tendo uma filha, Verônica, que a cada dia que se passa não cansa de me surpreender pela grandeza que somente as crianças sabem ter; e sabendo que agora, 12 anos depois, a luz se faz novamente por meio de uma mulher de beleza rara (a Fabi) - sentido lato da expressão - o que mais um homem pode querer além de ser feliz? Compartilho, pois, com vocês esta tão grande quanto doce novidade. Ia esquecendo: a julgar pelas evidências, teremos mais um (ou dois) gremista (s) entre nós...

20 de nov. de 2007

106 jornalistas assassinados em 2007

Deu no Comunique-se: "Segundo relatório apresentado na segunda-feira (19/11) pela Associação Mundial de Jornais (WAN), 106 jornalistas foram assassinados no mundo desde o início de 2007. Quarenta e cinco deles morreram no Iraque, país considerado mais perigoso para o exercício do jornalismo. Os dados chegam perto dos 110 registrados no ano passado, considerados um recorde.
O levantamento feito pela WAN tem números registrados entre junho e novembro. Nesse período, 16 profissionais morreram no Iraque. Se considerarmos as mortes desde 2003, quando as tropas norte-americanas invadiram o país, o número chega a 150.
Para tentar mudar o quadro, jornalistas iraquianos fundaram o Grupo para a Segurança da Mídia Iraquiana (IMSG), iniciativa elogiada pela associação".
Ruim. Muito ruim.

19 de nov. de 2007

Sobre o 5º encontro da SBPJor

O quinto encontro anual da Sociedade Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo (5º SBPJor), que se encerrou neste final de semana, em Aracaju - Sergipe, demonstra a maturidade em que se encontra o atual estágio da pesquisa acadêmica em jornalismo no Brasil. As mesas - coordenadas e individuais - foram muito proveitosas, em todos os sentido. Chamo atenção para as discussões envolvendo "novas" tecnologias, permeadas de olhares novos e produção idem. Com isso, ganha o jornalismo como um todo. Também tivemos troca de presidente: sai Elias Machado; entra Carlos Franciscato. Competência sucedida por competência. O único porém foi a qualidade do serviço aéreo brasileiro, agravado pela quebra da BRA, que custou duas passagens-extras: os horários até que funcionaram a contento. Mas barrinhas de cereal e amendoins, em meio a bancos extramamente apertados (tenho quase dois metros...), não é exatamente o que se espera de uma passagem que custa seus R$ 800,00; R$ 900,00... A (boa) surpresa ficou por conta da Webjet: mesmo pequena, se comparada com GOL e TAM, apanhaou-nos no horário e cumpriu o trajeto a contento, com lanches igualmente modestos em quantidade, mas criativos em qualidade. Fica a dica.

12 de nov. de 2007

Momento Feira do Livro

A foto registra a seção de autógrafos do livro que eu, Fabiana Piccinin e Ângela Fellippi lançamos este ano - Metamorfoses jornalísticas: formas, processos e sistemas (Edunisc, 2007) -, por ocasião da 53ª Feira do Livro de Porto Alegre, sábado, 11. O texto procura discutir as transformações a que vêm sendo submetido o jornalismo nestes dias que se seguem, em especial a partir do momento em que a internet passou a amalgamar o aparato midiático-comunicacional. Na foto, eu "me puxando" no autógrafo e a Fabiana. Foi um momento muito bacana, e eu agradeço a todos os que puderam estar por lá. Em tempo: a foto é de Verônica Sallet Soster, fotógrafa e filha.

11 de nov. de 2007

Participativos, mas nem tanto

Sugiro a todos a leitura da coluna de Mário Magalhães, ombudsman da Folha de São Paulo, deste domingo, 11 de novembro. Basicamente porque coloca o dedo em uma ferida antiga, mas que parecia ter se curado nestes dias de complexificações, em especial no que toca à interatividade entre leitores e jornais impressos. Pois bem, levantamento da coluna sugere que a seção Painel do Leitor, por onde os mortais dialogam publicamente com a folha, é ocupada hegemonicamente por cidadãos com algum gabarito. Diz o texto: “É o que constata levantamento que fiz com meu assistente Carlos Murga sobre o trimestre concluído mês passado. No "PL" de agosto, 19% foram ocupados por quem foi objeto de notícias e 8% por quem se sentiu atingido por opinião (em colunas, artigos, editoriais e no próprio "Painel do Leitor"). No total, 27%”. Ou seja, o Zé, aquele carinha que, segundo a própria Folha (e seu Manual de Redação), faz parte daqueles que, em última instância, sustentam o jornal, normalmente não tem espaço. Vamos combinar: isso não chega a ser novidade para ninguém, em especial para quem está nas redações. Mas ganha especial relevância porque empresta dados a uma discussão que está se iniciando (a complexificação dos papéis secularmente estabelecidos em jornalismo) e que, a julgar pela evidências, ainda vai render muito.

10 de nov. de 2007

Norman Mailer está morto

Tudo bem: ninguém vive para sempre. Mas também é verdade que algumas mortes a gente sente mais. É o caso da de Norman Mailer, morto hoje, aos 84 anos. Complicações ligadas a problemas renais, nos informam. Estava internado no Hospital Monte Sinai, em Nova York, desde outubro. Mas por que sentir tanto? Basicamente pelo trabalho que ele desenvolveu em algum lugar entre o jornalismo e a ficção por meio de livros como "O Fantasma e a Prostituta", sobre a agência CIA; e "Exércitos da Noite", pelo qual recebeu o prêmio Pulitzer, dentro daquela perspectiva do news journalism. Estilo, aliás, que de novo tinha o fato de os norte-americanos saberem se vender como ninguém. Joel Silveira que o diga. Mas o fato é que o cara está morto. Deixa a vida, segue na história.

29 de out. de 2007

Extra! Extra! Extra!

Extra! Extra! Extra! A terceira edição do Unicom deste ano - o jornal laboratório do curso de Jornalismo na Unisc, by Santa Cruz do Sul, - acaba de sair do forno. E está muito bacana, a exemplo do que ocorreu com os números anteriores: são 16 páginas produzidas (em papel reciclado) a partir do trabalho dos alunos das disciplina de Jornalismo Especializado, Técnicas de Reportagem, Impresso II (opinativo), Fotojornalismo II, Publicidade e Propaganda II e Direção de Arte I, estas duas últimas responsáveis pelos anúncios. A coordenação é deste que vos tecla. A capa, do Lázaro Fanfa, uma vez mais matou a pau, por boa. As ilustrações são do Lázaro, mas também do Gelson Santos Pereira (que, ao lado de Poliana Pasa, diagramou) e do Giuseppe Fontanari. Quem quiser um exemplar deve entrar em contato com a coordenação do Curso, por meio do 14 51 3717-7383.

26 de out. de 2007

Metamorfoses jornalísticas: formas, processos e sistemas

Ângela Felippi, Fabiana Piccinin e Demétrio de Azeredo Soster convidam você para o lançamento do livro Metamorfoses jornalísticas: formas, processos e sistemas (Edunisc, 2007), às 16h30 do dia 10 de novembro de 2007 - um sábado - no Pavilhão de autógrafos da 53ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Por que Metamorfoses jornalísticas: formas, processos e sistemas? Basicamente porque tem se tornado um lugar-comum dizer que o jornalismo está em metamorfose. Obviamente o jornalismo, assim como qualquer fenômeno social, é vivo, está sempre em processo e, portanto, sujeito a mudanças. No entanto, é visível que nas duas últimas décadas, os movimentos da economia, da sociedade, da cultura e mesmo da política têm, de diversas formas, interferido fundamentalmente para mutações tanto dos processos de produção da informação, como da informação jornalística gerada pelos dispositivos comunicacionais.
Essas novas formas de interação do jornalismo com outros campos - ou com o seu próprio campo - é que vêm dando o tom da mudança. Este é o viés observado na obra que aqui se oferece. Problematizar o cenário esboçado aqui é o que pretende o livro Metamorfoses jornalísticas: formas, processos e sistemas, que reúne jornalistas-pesquisadores e professores com questões em comum, como a de refletir sobre os caminhos que a atividade jornalística está percorrendo e os possíveis locais de chegada.
O livro representa um esforço que se iniciou com uma primeira obra organizada pelo grupo de professores da Universidade de Santa Cruz do Sul - Edição em Jornalismo: Ensino, Teoria e Prática (EDUNISC, 2006) -, o qual agora se incumbe de sistematizar esse outro conjunto de textos para suscitar mais um debate em torno do jornalismo. Ao mesmo tempo, o grupo busca "fazer a sua parte" enquanto formado por profissionais com uma trajetória no mercado e experiência em docência, que agora se aventuram na pesquisa acadêmica do campo da Comunicação.

25 de out. de 2007

Inscrições para encontro da SBPJor seguem abertas

Pessoal, acabo de receber e-mail do Carlos Franciscato, by SBPJor, lembrando que as inscrições ao 5º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), seguem abertas até dia 30. O congresso se realiza de 15 a 17 de novembro, na Universidade Federal de Sergipe. O tema central será “Metodologias de Pesquisa em Jornalismo”. Serão 114 trabalhos científicos, produzidos por pesquisadores brasileiros e portugueses. A conferência de abertura ocorrerá na noite do dia 15 pelo professor Dr. Maxwell McCombs, da Universidade do Texas (EUA).

24 de out. de 2007

Comunicação e Meio-ambiente em pauta na Unisc

Ainda há tempo: sugiro a quem estiver passando pela Unisc, em Santa Cruz do Sul, que freqüente as atividades da 12ª Semana Acadêmica da Comunicação (12ª Seacom) da universidade. Na terça, por exemplo, houve um painel muito bacana, sobre as perspectivas do jornalismo ambiental, com a presença do jornalismo Eduardo Kopp, setorista de Meio Ambiente do Jornal VS, e Sylvia Marcuzzo, membro do núcleo de ecojornalistas do Estado. Os trabalhos foram mediados por este que vos tecla. A programação segue até quinta-feira, quando está prevista uma visita a uma área de educação ambiental. Meus parabéns à coordenação do Curso de Comunicação, representadas pelas professoras Mônica Pons e Ângela Felippi, bem como aos que se empenharam - alunos, funcionários e professores - para que tudo desse certo; congratulações pela organização e relevância do tema em pauta. Com certeza os alunos tiveram muito a aprender. Na foto, da esquerda para a direita, Sylvia Marcuzzo, Demétrio de Azeredo Soster e Eduardo Kopp. A foto é do Gelson Pereira, aluno.

22 de out. de 2007

Blog novo na parada

Tenho cá com meus botões - eu e a torcida do Flamengo, diga-se - que o grande lance da internet é levar o local ao mundo, e não necessariamente o mundo ao local. Neste sentido, recomendo o blog Informação e Análise, do Jeison Rodrigues, grande amigo e colega que respeito sobremaneira, em especial no trato do jornalismo em política. O blog, muito bacana, está voltado particularmente a Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, uns 45 quilômetros de Porto Alegre. Vai lá. Confere com seus próprios olhos.

19 de out. de 2007

BBC vai passar o rodo

Eis que a toda poderosa BBC anuncia, este semana, a demissão de 1,8 funcionários e a integração das operações de rádio, tevê e internet. Para enfrentar a mudança para a era digital, segundo eles. A matéria saiu no Porta da Imprensa e chegou a mim pelo messanger, enviado pela Fabiana Piccinin. A BBC informou ainda que 2,5 mil vagas serão fechadas, mas outros postos serão abertos para criar novas posições que ofereçam conteúdo de acordo com o gosto da audiência. O departamento de notícias será o mais afetado pelas mudanças. A maior parte dos empregos será fechada antes de 2013. A mudança é interessante. As demissões, ruins. Muito ruins.

17 de out. de 2007

Opus Dei investe em comunicação no Brasil

Esta chegou por meio de e-mail. Dá conta da implantação de um escritório de comunicação da Opus Dei - o Bope da Igreja Católica - ao Brasil. Roberto Zanin é o jornalista responsável, especialista em assunto de igreja e dez anos de estrada. Transcrevo, por preguiça, o resto do release:
"Os jornalistas podem agendar visitas ao Escritório, em São Paulo. Lá encontrarão diversas publicações, vídeos e material informativo. O Opus Dei é uma prelazia pessoal da Igreja Católica. Foi fundado em Madrid em 2/10/1928 por São Josemaria Escrivá, canonizado em 2002 pelo Papa João Paulo II. Atualmente, conta com cerca de 80 mil membros dos cinco continentes.O ano de 2007 marca os 50 anos do Opus Dei no Brasil. Em nosso país, cerca de 1800 pessoas pertencem à Prelazia e um número muito maior de pessoas participa das suas atividades de formação espiritual e doutrinal.O Opus Dei difunde, desde a sua fundação, a mensagem da chamada universal à santidade de todos os batizados, no exercício do seu trabalho e no cumprimento das suas obrigações pessoais. O governo da Prelazia corresponde ao Prelado, que é nomeado pelo Papa. O atual Prelado do Opus Dei é D. Javier Echevarria, nascido em Madrid, em 14/06/1932.Para poder levar a cabo a sua tarefa pastoral, o Prelado conta com um vigário à frente de cada uma das circunscrições territoriais em que a Prelazia se distribui pelo mundo. O Vigário Regional do Opus Dei no Brasil é o Mons. Vicente Ancona Lopez, nascido em São Paulo, em 04/05/1949".
Malhas que o império tece, diria Fernando Pessoa.

12ª Semana Acadêmica da Comunicação da Unisc

A 12ª Semana Acadêmica da Comunicação (12ª Seacom), que se realiza dias do dia 22 ao dia 25 deste mês na Universidade de Santa Cruz do Suul (Unisc) terá como temática a cobertura ambiental, tema mais do que em pauta nos dias que se seguem. Bueno, convido a todos para participarem do evento, em especial no dia 23 pela manhã quando eu coordenarei o painel intitulado "Jornalismo Ambiental no Rio Grande do Sul", que terá a participação do jornalista Eduardo Kopp, setorista de meio ambiente do Jornal VS, e da ecojornalista Sílvia Marcuzzo.
Eduardo Kopp é jornalista pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra); cursa o 2º semestre da faculdade de Ciências Políticas pela Universidade Luterana do Brasil; foi apresentador da Unirádio/Ulbra, na Rádio Cultura de agosto à outubro de 2001; foi presentador e produtor do programa “Ligadão”, na rádio Pop Rock entre agosto de 2001 e novembro de 2002; trabalhou como a gente do Projeto Cinema BR Em Movimento na Ulbra entre abril e agosto de 2002; foi produtor Estagiário da TV Assembléia de março à dezembro de 2003; além de repórter da TV Assembléia, de dezembro de 2003 à abril de 2004;
Sílvia Marcuzzo atua na área de comunicação e meio ambiente há cerca de 13 anos, tendo trabalhado para iniciativa privada, governos, organizações não governamentais. Em Porto Alegre, foi repórter do jornal Correio do Povo, produtora da editora L&PM e coordenadora da assessoria de comunicação da Fundação Estadual de proteção Ambiental (Fepam) e da Secretaria Municipal do meio Ambiente (Sema). Em Brasília, exerceu os cargos do Ibama, na assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal e na rede de ONG's da Mata Atlântica. Também dá consultoria para empresas e entidades da área ambiental, como a Associação de Preservação do Meio Ambiente do Vale do Alto Itajaí (Apremavi), em Santa Catarina. Como freelancer, desenvolveu diversos projetos editoriais, entre eles, “Carvão, o combustível de ontem”, para o Núcleo Amigos da Terra/Brasil e série de cadernos “Paraísos”, sobre os principais ecossistemas do Rio Grande do Sul para o jornal Gazeta Mercantil. Atualmente escreve para os sites O Eco e o Planeta Sustentável, da Editora Abril.

15 de out. de 2007

Jornalista morre no Iraque

Esta é do site ZeroHora.com.br desta segunda-feira, a partir de matéria da Agência Estado. Transcrevo o lead: "O jornalista Saleh Saif Aldin, correspondente do jornal americano The Washington Post no Iraque, foi assassinado neste domingo, a sudoeste de Bagdá enquanto apurava uma matéria. O jornalista, de 32 anos, é o primeiro repórter do jornal morto no Iraque. Aldin fazia uma reportagem sobre a violência no bairro de Sadiyah quando uma bala atingiu sua cabeça. Segundo testemunhas, o repórter estava fotografando uma rua onde várias casas tinham sido incendiadas quando foi atingido". É ruim quando repórteres morrem. Em especial em situações tão estúpidas quanto uma guerra.

10 de out. de 2007

História do Jornalismo no Brasil

A pesquisa em jornalismo no Brasil está bombando em seu aspecto livro. O mais novo momento chama-se História do Jornalismo no Brasil, de Richard Romancini e Cláudia Lago, pela Insular. Creio que o nome dispensa maiores comentários. De qualquer sorte, que fale a apresentação: "Finalmente publicamos uma História do Jornalismo no Brasil, destinada a estudantes, professores e a todos aqueles, profissionais ou não, interessados na formação e no desenvolvimento da comunicação social, especialmente o jornalismo impresso, em nosso país. Resultado de ampla pesquisa em obras de referência da nossa historiografia e, também, dos mais recentes estudos divulgados em livro, revistas especializadas e Internet, os pesquisadores Richard Romancini e Cláudia Lago nos oferecem um livro agradável e essencial, onde o jornalismo se envolve com a própria história do Brasil."
Quanto aos autores, Richard Romancini é doutor em Ciências da Comunicação pela USP (Universidade de São Paulo), professor universitário e jornalista. É pesquisador do Núcleo de Pesquisa do Mercado de Trabalho em Comunicações e Artes (NUPEM-ECA/USP), e atua também na área de Comunicação e Educação, no âmbito do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP).
Já Cláudia Lago é jornalista, doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP (Escola de Comunicações e Artes/Universidade de São Paulo) e professora da Universidade Anhembi – Morumbi. Diretora Administrativa da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor –, participa do Grupo de Pesquisa Estudos em Jornalismo Contemporâneo e é Líder do Grupo de Pesquisa Mídia e Sonoridades, junto ao CNPq.

9 de out. de 2007

Ações judiciais contra os blogueiros

É impressionante como ela, a censura, desde bem antes do século 17 insiste em dialogar com o jornalismo. O site UOL Mídia Global está publicando um texto do Herald Tribune intitulado "Blogueiros, cuidado quando criticarem os ricos e poderosos". A matéria, na verdade um artigo, discorre sobre o binômio justiça/blogs, particularmente no que há de tensão nesta relação. São casos, por exemplo, de blogueiros sendo obrigados a remover conteúdo de suas páginas devido a intervenções judiciais nos EUA, Canadá, Austrália e Uzbequistão (o que Borá diria disso?). Parece que na Holanda as coisas são mais tranqüilas. Ainda.

8 de out. de 2007

Ensino de jornalismo em redes de alta velocidade

Transcrevo texto originalmente postado no blog Wordpress, a partir de release eletrônico de Marcos Palácios, do GJol. O livro:
O Ensino do Jornalismo em Redes de Alta Velocidade: metodologias e softwares”, organizado por Elias Machado e Marcos Palácios reúne 12 textos que abordam diversas metodologias de ensino do jornalismo na Internet.
O trabalho resultou de um convênio de colaboração agregando universidades brasileiras (UFBA, UFSC, UFPE, UFSM, Faculdades Jorge Amado), a Universidade de Córdoba (Argentina) e o Instituto Tecnológico de Monterrey (Mexico), formando a “Rede Latino-americana para o desenvolvimento de metodologias e software para o ensino de jornalismo nas redes digitais de alta velocidade”. O convênio foi financiado com recursos do CNPq e FAPESB.
O livro apresenta discussões filosóficas e metodológicas em torno da prática do ensino do jornalismo na Web. A coletânea está articulada em dois níveis: o teórico-conceitual e o aplicado. Além disso, relata experiências pautadas na aplicação pedagógica de outras ferramentas disponíveis na Internet, como é o caso dos blogs e na produção de testes práticos de softwares especialmente desenhados para a docência do webjornalismo (plataformas de ensino e publicação). Além de trabalhos dos participantes das Universidades conveniadas, o livro incorpora colaborações de colegas da Universidad de Santiago de Compostela (Espanha) e Universidade da Beira Interior (Portugal)".

Esclarecida a morte da jornalista Anna Politkovskaya

Esta veio pela Folha Online, por meio da Efe:
"A polícia russa afirmou hoje que esclareceu o assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, deteve seus assassinos e suspeita de quem teria encomendado o crime.
O assassinato foi descoberto e seus executores detidos. "A investigação sabe quem foi o assassino e suspeita de quem encomendou o homicídio", disse nesta segunda-feira o chefe da investigação, Petros Garibian, ao jornal "Novaya Gazeta", para o qual a jornalista trabalhava.
Ao mesmo tempo, admitiu que ainda precisa revelar toda a seqüência, do autor do crime e a seu executor, e preparar as provas irrefutáveis para o julgamento.
Garibian informou que já foram apresentadas acusações contra 11 suspeitos e detidos 10 deles. "Mas a lista não está completa. Ainda não apresentamos a acusação contra o assassino, apesar de já sabermos quem ele é", acrescentou.
Perguntado se os detidos são os executores e organizadores do crime, o chefe da equipe policial confirmou que foram capturados os executores e coordenadores do assassinato.
"Temos boas perspectivas e agora seguimos a pista dos intermediários e organizadores. Quanto a quem encomendou o assassinato de Politkovskaya, só direi que temos suposições bastante interessantes", disse.
Há um ano, no dia 7 outubro de 2006, Anna Politkovskaya, conhecida por suas denúncias das violações dos direitos humanos na Rússia, especialmente no Cáucaso, foi morta à queima-roupa na porta de sua casa".

7 de out. de 2007

Sobre repórteres e reportagens

Sugiro que todos ouçam esta entrevista do Ricardo Kotscho, por atual. Sobre reportagem. E sobre saber enxergar o diferente no que é aparentemente igual, algo mais que necessário nos dias que se seguem.

3 de out. de 2007

Última Hora em dígitos

Por meio do Guilherme Póvoas, colega de redação do Jornal VS, de São Leopoldo, onde também trabalho, acabo de saber que o arquivo do jornal Última Hora se encontra disponível da rede. Trata-se de um jornal por demais importante em nossa história evolutiva, e não apenas porque foi um dos primeiros a se valerem de cor na capa em termos de Brasil. Assim como o Última Hora, há outros veículos importantes disponíveis em dígitos. É o caso da lendária O Cruzeiro; Careta, Revista do Globo, para ficarmos em três. O que nos ajuda a entender a importância do ítem memória como uma das características constitutivas do webjornalismo.

26 de set. de 2007

O jornalismo acabou?

Reproduzo na íntegra, por importante, texto de Alfredo Vizeu, veiculado inicialmente no Observatório de Imprensa:
"O jornalismo acabou? Agora somos todos jornalistas? Perguntas como essas são feitas em todos os recantos do país diariamente a jornalistas, professores e pesquisadores do campo jornalístico. Com certeza, as novas tecnologias e a internet vêm determinando uma série de mudanças na sociedade contemporânea. Novas formas de comunicação e expressão são criadas. As perspectivas são ilimitadas, infinitas. No entanto, não podemos confundir essas novas formas de expressão que se constituem através de comunidades virtuais e blogs, entre outros, com jornalismo. São, basicamente, novas formas de expressão.
Já o jornalismo é uma forma de conhecimento crítico que tem como preocupação interpretar a realidade social. É resultado de uma atividade profissional de mediação vinculada a uma organização que se dedica basicamente a interpretar a realidade social e mediar os que fazem parte do espetáculo mundano e o público. O campo jornalístico não só transmite, mas prepara e apresenta uma realidade dentro das normas e das regras do campo, contribuindo dessa forma para a percepção do mundo da vida.
Como bem observa o intelectual francês Dominique Wolton, quanto mais há informação, comentários e opiniões, mais indispensável é a função do jornalista, do campo do jornalismo, como mediador para selecionar, organizar e hierarquizar a informação. O que é colocado hoje é que, diante das novas tecnologias, temos pela frente novos desafios sobre os modos de fazer jornalismo. Se as fronteiras entre o campo jornalístico e outras formas de expressão e comunicação se estreitam, isso exige uma reflexão crítica e profunda sobre o jornalismo hoje.
Os novos desafios
Fico impressionado quando vejo algumas pessoas defenderem que hoje todos somos jornalistas. De um lado, é reduzir as mais diversas formas de expressão e comunicação dos agentes sociais na atualidade ao campo jornalístico. Por outro, é não ter a compreensão da importância do jornalismo como um "lugar" de interpretação da realidade social a exigir cada vez mais profissionais com formação de nível superior e qualificados para exercerem essa atividade central na contemporaneidade.
Dentro desse contexto, recomendo a leitura do livro "
Metamorfoses jornalísticas – formas, processos e sistemas", organizado por Ângela Felippi, Demétrio de Azeredo Soster e Fabiana Piccinin (197 pp, Editora da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS, 2007), que traz uma importante contribuição para a discussão e a reflexão sobre o jornalismo hoje. De uma leitura agradável, o livro apresenta um trabalho forte e consistente de jornalistas, professores e pesquisadores que estão preocupados em buscar pistas para compreender os novos desafios colocados pelo jornalismo no mundo moderno".

20 de set. de 2007

Unisc leva prêmio de Reportagem em Rádio no Set da PUC

É com muita alegria que comunico a todos que a graduanda Silvana Sehnem, minha aluna da disciplina de Técnicas de Reportagem da Unisc no primeiro semestre deste ano, foi a vencedora do 20º SET Universitário da PUC na Categoria Reportagem de Rádio. A matéria se intitula "Fantasmas na Prefeitura de Santa Cruz" e ficou boa, muito boa. Não é pouca coisa: concorreram nesta edição 853 trabalhos de cinco estados (Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo) e de 12 municípios gaúchos (Canoas, Caxias do Sul, Frederico Westphalen, Ijuí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, São Leopoldo e Taquara).

18 de set. de 2007

Acusação de oligopólio em Santa Catarina

Chupei esta do site da Coletiva.net. Por pura preguiça, transcrevo na íntegra: "A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de Santa Catarina acusa o Grupo RBS de praticar oligopólio, por ter o controle de seis emissoras de TV no estado, enquanto a legislação limita esse número a duas. Os procuradores da República anunciaram que vão entrar com ação na Justiça Federal contra as empresas do grupo que, segundo eles, também não reservam um tempo mínimo para as produções locais na programação. O procurador Celso Três, da cidade de Tubarão, relata que a idéia surgiu após a empresa comprar o jornal A Notícia. O veículo era impresso há mais de um século e tinha circulação estadual. O procurador alega que, com a aquisição, a RBS passou a dominar ainda mais o mercado de jornais do estado, onde já atuava com o Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina e A Hora.
“O oligopólio é terrível, traz danos ao consumidor. Quando falamos em mídia, a situação é pior ainda, já que tratamos do princípio da pluralidade que está na Constituição”, disse a Coletiva.net. Na ação, os procuradores querem que a compra de A Notícia seja anulada, voltando ao antigo proprietário ou sendo vendida a terceiros. Os procuradores também pedem alterações no sistema de televisão da RBS: querem que o número de emissoras da empresa seja reduzido e que cedam 30% do espaço a programas estaduais, sendo 10% desses por região.
A expectativa é de que a ação seja enviada à Justiça ainda este mês. Apesar de uma ação contra o oligopólio da mídia ser algo novo no Judiciário, Celso Três se diz confiante: “Na verdade, o que acontece é que o Judiciário é pouco provocado por essa matéria. Ainda não encontrei nenhum precedente desse tipo de ação, o que já deveria ter acontecido. E isso é uma autocrítica ao próprio Ministério Público, que deveria ter provocado a questão”. Também assina a ação, entre outros, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Marcelo Motta, de Itajaí".

16 de set. de 2007

Sinais de vida no planeta Terra

O mercado editorial está ficando interessante quando o assunto é jornalismo em revista: a Piauí, ainda que se pareça em muito como um remake da primeira Caros Amigos, está bombando. A Brasileiros, apesar de não ter sido exaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaatamente o que foi prometido - algo novo, mais focado - também não está ruim. Mesmo a Trip, no que ela tem de jornalístico - e ainda que pareça uma versão mais cool da Playboy - está mandando bala, por meio de reportagens bem bacanas. E por aí vamos. Por outro lado, as redações estão contratando, os livros estão sendo escritos, já não somos mais apenas graduados - agora são muitos os mestres e os doutores pesquisando jornalismo -; a SBPJor está cada vez mais consolidada e por aí vai. Sinais de vida no planeta terra, enfim.

7 de set. de 2007

Mais uma vitória nos tribunais

Aos poucos vamos indo também em termos de reconhecimento profissional. Transcrevo matéria veoculada no site do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, que chegou a mim por meio do Jorge Corrêa, amigo e membro da direção do sindicato:

"Para o reconhecimento da condição de jornalista, é necessário que o trabalhador comprove o preenchimento das formalidades legais que a profissão exige para seu desempenho: o prévio registro no órgão regional do Ministério do Trabalho e o diploma do curso superior de Jornalismo ou de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Seguindo este entendimento, a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou (não conheceu) recurso de revista de uma ex-empregada da produtora X-Virtual S/A que pedia reconhecimento de vínculo de emprego na condição de jornalista. O relator da matéria foi o ministro Carlos Alberto Reis de Paula.
A empregada foi admitida em abril de 2002 como jornalista, mas, segundo informou na inicial, não houve anotação na carteira de trabalho. Recebia os salários por meio de nota fiscal, embora, conforme alegou, não possuísse empresa constituída ou inscrição como autônoma: o pagamento era efetuado por meio de uma segunda empresa, procedimento adotado também em relação a outros empregados, que recebiam por empresas diversas. Em fevereiro de 2004, a produtora deixou de efetuar os pagamentos, alegando falta de condições financeiras.
Ainda conforme narrado na inicial, a empregada atuava como repórter e editora de alguns programas e, nessa condição, afirmou ser responsável pelo roteiro de programas de viagem veiculados na Net, operadora de TV a cabo, desde a redação até a edição final, passando pelas demais etapas da produção. Na reclamação, pediu o reconhecimento de vínculo, a aplicação de reajustes salariais referentes aos jornalistas, horas extras além da quinta diária (uma vez que a legislação prevê, para os jornalistas, jornada de cinco horas), indenização por danos morais pelo uso indevido de sua imagem em material promocional e rescisão indireta do contrato de trabalho.
A empresa, na contestação, afirmou que a jornalista era "mera prestadora de serviços". Quanto às diferenças salariais, alegou que a repórter "em nenhum momento juntou aos autos sua carteira profissional registrada no Ministério do Trabalho e exigida pela Federação Nacional dos Jornalistas para o exercício da profissão". O juiz da 51ª Vara do Trabalho de São Paulo converteu então o julgamento em diligência e concedeu prazo de 48h para que a trabalhadora juntasse aos autos cópia do diploma de curso superior e o comprovante do registro no Ministério do Trabalho. O que chegou aos autos, porém, foi o histórico escolar com a data de conclusão do curso e da colação de grau, junto com a informação de que, embora a repórter tivesse concluído o curso em 2002, a universidade, até então, não havia providenciado a emissão do diploma no MEC. Diante disso, a reclamação foi julgada improcedente, decisão mantida pelo TRT/SP.
No recurso de revista ao TST, a repórter alegou que o Decreto Lei nº 972/69, que regulamenta o exercício da função de jornalista, seria inconstitucional, pois cercearia a liberdade "de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".
O ministro Carlos Alberto, ao relatar o recurso, explicou os vários aspectos da legislação pertinente observando que, apesar das várias modificações introduzidas no Decreto-Lei nº 972/69, manteve-se a obrigatoriedade do prévio registro no Ministério do Trabalho e a necessidade do diploma. "Conforme o exposto no acórdão regional, não há como se reconhecer a condição de jornalista porque a reclamante não preenche nenhum dos requisitos para o exercício da profissão regulamentada", ressaltou. "O fato de a trabalhadora ter exercido funções compatíveis com a de jornalista profissional, por si só, não dá ensejo à procedência".
O relator destacou, ainda, que o princípio da primazia da realidade sobre a forma não tem aplicação porque, no caso, "a forma é imperativo da lei e, portanto, essência do ato". (RR 1150/2004-051-02-00.4)* Carmem Feijó, ASCS/TST"

22 de ago. de 2007

Metamorfoses jornalísticas

A capa ao lado diz respeito ao novo livro que estaremos lançando a partir de outubro.
Chama-se "Metaformoses jornalísticas: formas, processos e sistemas" (Edunisc, 2007) e é organizado por este que vos tecla e pelas professoras-pesquisadoras Ângela Fellipi e Fabiana Piccinin.
Participam dele, ainda, Carlos Eduardo Franciscato, José Afonso da Silva Júnior e José Carlos Correa.
O prefácio é de Alfredo Vizeu.
A idéia é discutirmos os mecanismos por meio dos quais os jornais estabelecem seu diálogos, complexificando-(os)se.
O lançamento ocorrerá em outubro, na Feira do Livro de Porto Alegre.
Como será num sábado (avisarei a data), preparem o mate e as canetas: nos vemos na Praça da Alfândega.
Grande abraço a todos.

15 de ago. de 2007

Joel Silveira está morto

Chupei esta no portal Imprensa, da revista homônima, assinada pela Thaís Naldoni. Ok: ninguém vive para sempre, da mesma forma que algumas partidas parecem pesar mais.

"Na manhã desta quarta-feira, morreu aos 88 anos, no Rio de Janeiro (RJ), o jornalista e escritor Joel Silveira, vítima de câncer de próstata. Silveira estava em casa e morreu dormindo.
Joel Silveira ganhou notoriedade com a cobertura da Segunda Guerra Mundial, como correspondente dos Diários Associados. Em 60 anos de jornalismo, atuou em grandes veículos da imprensa nacional, entre eles, a revista Manchete, O Estado de S. Paulo, Última Hora e Correio da Manhã, e publicou mais de 40 livros.
O jornalista, nascido em Lagarto (SE), era chamado por Assis Chateaubriand de "a víbora", em razão de seu estilo literário.
No mês de maio de 2007, o jornalista recebeu homenagem da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), durante o "II Congresso de Jornalismo Investigativo".
Como desejava, o corpo do jornalista - que deixa três filhos - não será velado. A cerimônia de cremação acontecerá nesta quinta-feira (16/08), às 14h, no crematório da Santa Casa da Misericórdia, no Rio. "

12 de ago. de 2007

Uma tese, acreditem, é apenas uma tese

Quem me passou este texto foi a Fabi, namor, por meio de e-mail, que por sua vez deve ter lhe chegado por e-mail também e por aí vai. Tentei pesquisar (estou meio sem paciência hoje, entenda...) e o mais perto que cheguei foi que se trata de um texto de 1998, do Caderno 2, Estado de São Paulo, de autoria do Mário Prata. Por bom, resolvi postar igual. Digamos que tem a ver com o atual momento evolutivo deste que vos escreve e de tantos outros mais. Vê aí:

"Uma tese é uma tese

Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessatese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que jádefendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela éfeita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam debotar banca.
As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses,anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que nãoacaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até tesespós-morte.
O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas,intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos afio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Emtese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.
São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para ojulgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?
Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoassão inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapéda história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apudnão parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.
Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. Omundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o maridoque se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vaisair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca maisvolta.
E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa datese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que sepreze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. Opior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono.Não em tese, na prática mesmo.
Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar quetoda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender,mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbratambém. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290.
Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.
Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elementoteria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós,pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.
Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto quenos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se eleestudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba aque conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiabaquando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?
Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar atese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo denada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor.Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?
E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza.
Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações,pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese émesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.
Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um,uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:
- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.
- O quê? Pirou?
- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. Ésó a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. Agente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar atese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Queroestudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês achammesmo que eu vou deletar a tese de vocês?
Pensando bem, até que não é uma má idéia!
Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre atese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?
Acho que seria uma tesão."

Lambidas digitais

A disciplina de Linguagens dos Meios Digitais I da Univates, em Lajeado, onde também leciono, vai bombar neste semestre. Criamos, ainda na aula passada, um blog - Lambida Digital - cujo objetivo é extrapolar os limites da aula para além da sala. Ou seja, exercitar a linguagem digital, ainda que na forma de blog. Vem mais novidade pela frente, mas é cedo para adiantar qualquer coisa. Quanto à aula, bem: é sexta à noite; o pessoal está cansado (a maioria trabalha), mas não falta fôlego pra galera. Ao que tudo indica, vai render um bom caldo, com certeza. Dá uma lambida no blog, vai...
Integram a foto aí de cima, "tirada" pela Elise Bozzetto, na mais absoluta desordem, além deste que vos tecla: Ana de Fátima Lourenço; Carlos Dudu Schneider; Carlos Eduardo Spohr; Cláudia Brune; Diogo Botti; Felipe Schmitt; Ismael Salvatori; Jaime Gregory; Lucas e Luciana Brune; Luciano Macedo; Maiana Antunes; Nicole Morás; Rafael Simonis; Ranieri Morigi e Tiago Baldi. Integram a turma, ainda, Deise Scartezini e o Paulo Rogério dos Santos.

8 de ago. de 2007

O Tacho é impagável


A charge ao lado é do Tacho, um sujeito que eu tenho um grande respeito profissional; com quem eu aprendi muito nos tempos do ABC Domingo - e que espero ainda aprender muito mais -, mas, sobretudo, um amigaço. Publicada hoje no Jornal VS, de São Leopoldo.

Meninos e meninas são diferentes II

A Gazeta do Sul publicou hoje mais uma matéria, assinada pelo Guilherme Mazuí, sobre a segunda edição do Unicom deste ano, desenvolvida sob minha orientação pela turma de Produção em Mídia Impressa da Unisc. Reproduzo um trecho: "O trabalho de um semestre exposto em oito páginas. Parece pouco. Nem tanto. Os alunos da disciplina de Produção em Mídia Impressa do último semestre do curso deJornalismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) ralaram para dar conteúdo com fôlego nestas oito páginas. Foi preciso pesquisar, entrevistar, revisar para mostrar que Meninos e Meninas São Diferentes. A manchete do último Unicom – jornal laboratório do curso de Jornalismo da Unisc – dá as caras da publicação. Polêmica, por sinal. Abordar as peculiaridades entre os sexos sempre causa discussão. Ciúmes, preferências, primeiros beijos, casamentos, jogos de sedução. A edição está recheada de temas quentes. E de curiosidades também. Você sabia que nas relações sexuais os homens agem como esquilos? Um estudo da Universidade de Louisville, nos EUA, diz que as fêmeas dos esquilos preferem machos recém-saídos de uma cópula. Aí a história de que homem comprometido é mais atraente ganha comprovação científica. Todas as matérias focam o lado humano dessas diferenças, com experiências de vida. O texto tem apoio literário, acompanhado de perto pelo professor Demétrio de Azeredo Soster, responsável pela publicação." Bem bacana. Leiam. Opinem.

7 de ago. de 2007

Quanto mais eu rezo...

Seria divertido, não fosse trágico: a Veja desta semana traz uma entrevista com o misto a socialite Wilma Magalhães, segundo a matéria "símbolo do colunismo social de Brasília" e presa por envolvimento (que ela nega, claro) com os anões do orçamento, neste caso o ex-deputado João Alves. Lavagem de dinheiro, creio. Bueno, além de pérolas como "(...) as guardas parecem enfermeiras de tão limpinhas e arrumadinhas", a moçoila faz uma constatação - nas entrelinhas, mas faz - no mínimo surpreendente: vale mais a pena ficar presa por seis anos do que comprometer o patrimônio que ela adquiriu "com suor" para pagar advogados e depois viver livre e pobre. É aquela velha história: "Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece".

Versão digital de Zero Hora será atualizada

Interessante esta notícia do Coletiva: Zero Hora está contratando a roldo - são 30 jornalistas, informa a matéria - para atualizar a versão digital do jornal. Os tempos da transposição, nem tão distantes assim, estão ficando rapidamente para trás.

5 de ago. de 2007

Estamos em quinto no ranking dos blogueiros

Notícia quentinha: segundo o site Computerworld, o Brasil é muito blogueiro: estamos em quinto lugar no mundo. No planeta, são 170 milhões de usuários de blogs. Por estes lados, 5,9 milhões. A pesquisa foi realizada com 10 mil pessoas. Leia a dita.

Interação mediada por computador

O Alex Primo, da Ufrgs, acaba de lançar (Sulina, 2007), o livro Interação Mediada por Computador: Comunicação, Cibercultura, Cognição. Pode ser comprado no site da Cultura. Ainda não li, mas já encomendei e recomendo desde já, basicamente porque o Alex é um cara sério. Segundo o próprio, na introdução, "(...) O que é "interatividade"? Esta foi a pergunta que inicialmente motivou este livro. Muito além de uma aparente simplicidade, tal problema exige uma reflexão cautelosa, que coloque em revista até mesmo o que se pensa e se sabe sobre os processos de comunicação. A utilização dos conceitos e teorias da comunicação de massa pouco servem para esse debate. Não se quer, claro, menosprezar décadas de estudos rigorosos sobre os processos midiáticos. Mas se a interconexão na Internet permite ultrapassar diversas barreiras até então impostas pelos meios massivos, como estudar a interação mediada por computador com auxílio apenas das tradicionais senhas explicativas?" E por aí vai.

4 de ago. de 2007

Meninos e meninas são diferentes

O segundo número do Unicom - o jornal-laboratório da Unisc, by Santa Cruz - continua dando o que falar. Confira a matéria veiculada à página 2 do Caderno Magazine na edição da Gazeta deste sábado sobre o assunto, intitulada "Recreio no câmpus":

"Esta foi o Guilherme “Sagu” Mazui quem soprou: “A turma de Produção em Mídia Impressa do último semestre da Unisc produziu mais um Unicom, o jornal experimental do curso de Comunicação Social da universidade. Reformulada, a publicação veio temática. E polêmica. Meninos e Meninas São Diferentes é a manchete da edição. O visual e o conteúdo chamam a atenção. Uma matéria afirma que as mulheres disfarçam os ciúmes melhor do que os homens, outra que elas preferem os caras mais velhos e por aí vai. Gostou? Então vá ao bloco 15 da Unisc e pegue o seu ali no Departamento de Comunicação Social. O Unicom é gratuito.” Na próxima quarta o Mix da Hora, do Gazeta Mix, dará maiores detalhes sobre essa publicação que tem ainda uma matéria sobre uma tal listinha que os garotos fizeram, num dos banheiros do campus, com os nomes das 10 meninas mais bonitas do curso. Tem gente – que não está na lista – que não gostou."

3 de ago. de 2007

Repórteres sem Fronteira está preocupado com governo Lula

Para quem, como eu, tem passado boa parte de sua vida profissional em redações, o que consta nesta carta do Repórteres sem Fronteira, assinada por Robert Ménard, secretário geral, e endereçada ao presidente Lula, não chega a surpreender: paradoxalmente, os governos de esquerda, em especial no Brasil, não aprenderam (ainda) a conviver com a imprensa. O trabalho dos jornalistas poucas vezes é compreendido em sua especificidade quando, por exemplo, no cumprimento de uma pauta que envolva setores públicos administrados pelo PT. O mais natural, ao menos ao Sul do Brasil, é uma estrutura de imprensa geograficamente construída de tal forma que todas as informações são centralizadas nas assessorias de imprensa. Até aí, poderíamos dizer: "Tudo bem, faz parte do trabalho das assessorias". Ocorre que as informações, muitas vezes, são divulgadas por este viés com prazos demorados demais e o acesso aos secretários via de regra é dificultado. Quem vive esta realidade - a de se estar em uma redação em meio a este cenário de convivência - sabe do que estou falando.

2 de ago. de 2007

A invenção da crise

Marilena Chauí, filósofa, desce a lenha, no site Conversa Afiada, na postura da mídia por ocasião do acidente da TAM. O que mais lhe impressionou foi "(...) a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!" Trata-se de um ponto de vista que causa desassossegos os mais diversos para nós, jornalistas, mas que deve ser respeitado, em primeiro lugar, por vir de uma intelectual do porte de Chauí, cujo currículo dispensa comentários. Mas também por se tratar de uma perspectiva alheia ao que é jornalístico-comunicacional em sua especificidade, se é que vocês me entendem. Por este ângulo, o que me parece se evidenciar neste comentário é o reconhecimento da midiatização como vetor de novas ambientações sociais, inclusive jornalísticas. Este é, aliás, o tema de minha tese, que está em construção. Leia a matéria de Marilena Chauí. Opine. Também aqui, entrevista feita pela moçada do portal da Agência Experimental de jornalismo da Unisinos sobre o assunto.

1 de ago. de 2007

Autoridades russas internam jornalista a força

Reproduzo trecho da matéria do Comunique-se, morrendo de medo que o Lula fique sabendo e resolva fazer o mesmo. Para tê-la por inteiro, entre aqui .

"A jornalista russa Larissa Arap, 48 anos, foi internada a força em um hospital psiquiátrico pela polícia após escrever uma reportagem com críticas ao tratamento de doentes mentais no país. Larissa também é ativista da Frente Cívica Unida (FCU), movimento liderado pelo ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, que acusa o presidente russo Vladimir Putin de “matar a democracia” da Rússia.
De acordo com Yelena Vasiliyeva, chefe regional da FCU, a internação foi um “ato de vingança” das autoridades russas. Ela informou à agência Reuters que Larissa foi obrigada pela polícia a entrar em uma ambulância no dia 05/07 que a levou para um hospital em Murmansk, região russa próxima à Finlândia. Ela tinha ido buscar um certificado em um posto de saúde para renovar sua carteira de habilitação quando um médico perguntou se ela era a autora do artigo e, em seguida, chamou a polícia.(...)"

31 de jul. de 2007

Norte-americanos preferem revistas on-line

Mais uma pesquisa, desta vez do Nielsen/ NetRatings, comparando índices de leituras de notícias entre analógicos e digitais, veiculada em matéria do IDG Now! Em média, 83% dos adultos norte-americanos que acessam sites de revistas do país lêem apenas o conteúdo on-line. Segue a matéria: "A avaliação envolveu as 23 revistas impressas - e seus respectivos sites - de maior circulação nos Estados Unidos. Quando consideradas individualmente, a leitura apenas da versão online das revistas fica entre 65% e 96%. A pesquisa mostrou que os homens são mais adeptos da leitura online, com 90% acessando apenas o conteúdo disponível na rede, enquanto no caso das mulheres, o total é de 83%. Houve pouca diferença de acordo com a faixa etária. Entre os adultos com idade entre 18 e 44 anos, 82% optam somente pela leitura na web, enquanto 85% dos leitores, com 45 anos de idade ou mais, preferem ler somente o conteúdo dos sites das publicações."

Leitores de jornais digitais lêem mais que os de impressos

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Poynter em quatro cidades norte-americanas e com uma amostra de 600 pessoas, cai por terra a idéia de que os leitores de jornais digitais não lêem por inteiro seus textos, enquanto que os de jornais impressos sim. Transcrevo abaixo a matéria do Comunique-se sobre o assunto.

"O instituto norte-americano Poynter avaliou 600 pessoas para estudar a forma como lemos matérias jornalísticas. O resultado aponta que leitores de veículos de web na verdade lêem mais textos até o final do que leitores de impressos, contrariando o senso comum de que os usuários de internet lêem mais superficialmente e com menos atenção do que os de impressos. O Poynter desenvolveu o eyetrack, um óculos acoplado com câmeras que acompanham o movimento dos olhos em relação ao que se está lendo. Cada pesquisado leu por cerca de 20 minutos e foi analisado em mais de 150 variáveis levantadas pelo Poynter, determinando o ritmo de sua leitura, elementos que mais lhe chamaram a atenção na página e o percurso percorrido por seus olhos, entre outros quesitos. A proposta do instituto é oferecer a jornalistas e editores um maior conhecimento sobre como se comportam seus leitores, aperfeiçoando assim a produção de conteúdo.
O resultado da pesquisa mostra que leitores online lêem em média 77% de todos os textos começados, contra 62% em jornais convencionais e 57% em tablóides. Ademais, cerca de dois terços dos leitores de Internet finalizam os textos uma vez que comecem a lê-lo.
Outra quebra de paradigma levantada pelo estudo diz respeito à forma do texto. Textos contendo as mesmas informações foram redigidos no formato tradicional do jornalismo, capitaneados pelo lide, e também com narrativas alternativas. O resultado mostra que não só o interesse por textos escritos de forma criativa é maior, mas que também a retenção das informações nele contidas superam a do texto tradicional.
FotojornalismoA atenção dos leitores de impressos é mais atraída para fotos e títulos grandes, sendo que elementos gráficos de maior tamanho chamaram drasticamente mais atenção do que os menores. De fato, grandes fotos são o elemento que mais chamam a atenção em um jornal impresso e as pequenas, como o rosto de colunistas, foram quase completamente ignoradas. Na web, os olhos dos pesquisados se voltaram mais para elementos gráficos pequenos, destinados a chamar a atenção e dar prosseguimento à navegação dos usuários.
Ainda sobre fotojornalismo, foi levantado que imagens não-encenadas de pessoas em movimento no mundo em que vivem receberam atenção muito maior do que fotos montadas em estúdio ou elementos gráficos construídos por computador. Além disso, foi reafirmada a superioridade de conquistar um leitor das fotos coloridas sobre as em preto e branco."

30 de jul. de 2007

Estudo europeu indica mais censura na internet

Esta é do Comunique-se. Caiu na minha caixa de mensagens há pouco. Sobrou até para o demente do Borat...

"A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apresentou uma pesquisa intitulada "Governing the Internet" (Governando a Internet, em inglês) que aponta para um aumento de mecanismos censores no meio digital. Mais de 20 países empregam leis e medidas para suprimir oposição política e dificultar o acesso digital.
A tendência está concentrada em países como Cazaquistão e Geórgia. “Medidas recentes contra a liberdade de expressão na internet, tomadas por diversos países, servem como um amargo lembrete da facilidade com que alguns regimes, tanto democracias quanto ditaduras, buscam suprimir as formas de expressão que eles desaprovam ou simplesmente temem”, afirma o relatório da OSCE, que possui 212 páginas.
As restrições estatais também chegam à China, Irã, Sudão e Belarus. “A expressão pessoal nunca foi mais fácil do que na web. Mas, ao mesmo tempo, estamos acompanhando a difusão da censura na rede”, explica o estudo.
Cazaquistão e BoratUm dos fatos pesquisados ocorreu em 2005, quando o Cazaquistão passou a ter o controle de todos os domínios “.kz”. Em seguida, um site do comediante britânico Sacha Baron Cohen foi considerado ofensivo e fechado. Cohen protagonizou o filme "Borat", um pseudodocumentário que satiriza o país.
O relatório indica que o Cazaquistão possui regras sobre o uso de internet que são imprecisas e politizadas para admitirem interpretações que permitam “uma mania de espionagem ao estilo soviético”, onde qualquer um ou qualquer organização pode ser classificada como ameaça e ser silenciada. Em relação ao estudo, Yermukhamet Yertysbayev, ministro da informação do Cazaquistão, afirmou que seu país visa cada vez mais a consolidar a democracia e expandir o uso da internet para que a mídia se torne "mais livre, contemporânea e independente".
A pesquisa não chegou a abordar casos recentes como o da Malásia e sua relação com blogueiros. Na semana passada, o governo Malaio
anunciou a criação de uma lei que tem como objetivo controlar o conteúdo divulgado em blogs."

Ataque à blogosfera

Reproduzo abaixo trecho da matéria da FSP, versão on-line, de Marco Aurélio Canônico e veiculada a 30 de julho do corrente. Sobre o historiador britânico Andrew Keen, para quem a internet está matando a cultura, tese que defende no livro "The Cult of the Amateur: How Today's Internet Is Killing Our Culture". Não gostei do tom apocalípitico (da matéria, principalmente), afinal tudo é transição - culturas nascem, crescem e mudam, em especial no jornalismo - mas é preciso ler o livro antes de qualquer comentário mais contundente. O trecho em questão:

"George Orwell não entendeu o futuro. Em seu clássico "1984", o escritor temia pelo desaparecimento do direito à expressão individual, mas, no atual mundo da internet, o verdadeiro horror é justamente o oposto: a abundância de autores e de opiniões. O raciocínio é do historiador britânico Andrew Keen, 46, ex-professor das universidades de Massachusetts e Berkeley (EUA) e um dos pioneiros do Vale do Silício, que na primeira onda da internet fundou o site de música Audiocafe.com. Keen tornou-se um dos líderes da crítica à internet graças a seu livro "The Cult of the Amateur: How Today's Internet Is Killing Our Culture" (o culto ao amador: como a internet de hoje está matando nossa cultura), recém-lançado no exterior e ainda sem edição no Brasil. Sua cruzada não é contra a tecnologia em si, mas contra a revolução da segunda geração da internet, a web 2.0, baseada na interatividade e no conteúdo gerado pelos usuários, cujos marcos são os blogs e sites como o YouTube e a Wikipedia -que, segundo Keen, estão gerando "menos cultura, menos notícias confiáveis e um caos de informações inúteis".

29 de jul. de 2007

Metodologia de pesquisa em jornalismo

Livro novo na parada, moçada, by Marcia Benetti e Cláudia Lago, pela Vozes.
Copio, literal e descaradamente, o texto/divulgação do blog da Marcia Benetti, com direito a aspas e tudo:

"(...) acaba de sair pela editora Vozes o livro que eu e Cláudia Lago organizamos, “Metodologia de Pesquisa em Jornalismo”. são 12 textos de 15 autores, pesquisadores de universidades brasileiras e do exterior, trabalhando as relações entre o Jornalismo e outras disciplinas e apresentando métodos aplicados a objetos jornalísticos. é o primeiro livro especificamente voltado para o tema publicado no Brasil. penso que a relação de artigos e de autores talvez fale melhor, sobre a proposta do livro, do que qualquer texto:

“História e jornalismo: reflexões sobre campos de pesquisa”, Richard Romancini (USP)

“Antropologia e jornalismo: uma questão de método”, Cláudia Lago (Anhembi-Morumbi)

“Vertentes da economia política da comunicação e jornalismo”, Sônia Serra (UFBA)

“Sociedade, esfera pública e agendamento”, Luiz Martins da Silva (UnB)“Análise do Discurso em jornalismo: estudo de vozes e sentidos”, Marcia Benetti (UFRGS)

“Análise de Conteúdo em jornalismo”, Heloiza Golbspan Herscovitz (California State University)“

Análise pragmática da narrativa jornalística”, Luiz Gonzaga Motta (UnB)

“O SPSS e os estudos sobre os media e o jornalismo”, Isabel Ferin Cunha (Universidade de Coimbra)

“Um modelo híbrido de pesquisa: a metodologia aplicada pelo GJOL”, Elias Machado (UFSC) e Marcos Palacios (UFBA)

“O newsmaking e o trabalho de campo”, Alfredo Vizeu (UFPE)“Instantaneidade e memória na pesquisa sobre jornalismo online”, Zélia Leal Adghirni e Francilaine de Moraes (UnB)

“A invenção do Outro na mídia semanal”, José Luiz Aidar Prado e Sérgio Bairon (PUC-SP)

No prefácio, José Marques de Melo lembra a importância do rigor e da exposição das estratégias metodológicas, se quisermos constituir o Jornalismo como uma ciência ou uma disciplina que tenha legitimidade no mundo acadêmico. É exatamente o que penso. Na verdade, abomino quem usa a livre interpretação para dizer o que bem entende, sob o disfarce de um investigador que não poderia abrir mão de sua subjetividade. É indiscutível que o pesquisador está presente na formulação da hipótese e na construção da pesquisa, bem como na filiação a um paradigma teórico. Porém, é essencial empregar um método consistente para a construção de um corpus significativo e para a análise deste corpus. O livro custa 32 pilas. ou 2,60 por texto. uma bagatela."

Filmes com/sobre jornalismo

Ok: você já deletou sua comunidade do Orkut há horas porque usaram sua foto em um site pornô de quinta e acha que isso é coisa de criança.
Sem problemas.
De qualquer sorte, se você ainda estiver por lá (no orkut), e gostar de filmes em que a temática seja jornalismo, clique aqui.
A idéia é reunirmos filmes que tratem direta ou indiretamente de jornalismo, sejam eles em DVD, VHS ou o formato que for.
Há um monte de dicas bem legais sobre filmes, que, por sinal, são um excelente recurso didático em sala de aula.
E sempre vão bem com pipoca.
De lambuja, deixa uma contribuição, sem esquecer os dados do filme.

Unicom

Neste primeiro semestre de 2007 os alunos da disciplina de Produção em Mídia Impressa da Unisc elaboraram duas edições do Unicom, o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo. Na primeira, trabalhou-se a temática estilo de vida como sinônimo de qualidade de vida. Na segunda, o exercício se voltou para a versatilidade textual. Neste caso, o foco recaiu sobre as relações nem sempre tranqüilas entre meninos e meninas. O mais bacana é que esta segunda edição deu o maior bafafá, em especial entre os que ainda acham que o jornalismo é um subproduto de ismos os mais diversos. Do que eu estou falando? Fomos acusados de sexistas e preconceituosos, para ficarmos em apenas dois carimbos mais imediatos. Mas também disseram que o resultado ficou muito bom e, sobretudo, critativo, de forma que o jornal cumpriu seu papel, que é o de não passar em branco. Nas duas edições, a interdisciplinariedade - em especial com a moçada da PP (anúncios, logotipos e ilustrações, principalmente) e da fotografia - mostrou-se fundamental para os resultados obtidos, que, por sinal, ficaram muito legais.

Edição em Jornalismo: Ensino, Teoria e Prática

Sugestão de leitura. Este livro foi organizado por este que vos escreve e pelas professoras/pesquisadoras Fabiana Piccinin e Ângela Felippi. Como o nome sugere, a idéia é discutirmos a edição em jornalismo a partir de entradas reflexivas e didáticas.
Abaixo, os detalhes:


SINOPSE
O jornalismo tem passado por grandes mudanças nas últimas décadas, resultado de processos conjunturais, ligados à globalização da economia, da cultura e das comunicações. A adequação das empresas jornalísticas às novas realidades tem se refletido nas redações: na produção da notícia, nas funções do jornalista e nas relações com fontes, anunciantes e públicos. Na esteira dessas mudanças, os processos de edição também têm se alterado. A informatização e a inserção de novas tecnologias no ambiente redacional, a redução dos quadros funcionais, associada à junção de várias funções, inclusive de editor num mesmo profissional, o surgimento da Internet e do webjornalismo, a convergência das mídias, a maior interferência do receptor na elaboração da informação, entre outras causas, têm feito com que os processos de edição não sejam os mesmos do passado e necessitem, por isso, ser revistos.O livro Edição em Jornalismo: Ensino, Teoria e Prática vem para examinar o panorama que se apresenta e tensionar essa nova reacomodação das práticas jornalísticas. Uma leitura importante para quem faz, para quem pensa e para quem ensina jornalismo.

Demais autores: Elias Machado (apresentação), Beatriz Marocco, Christa Berger, Demétrio de Azeredo Soster, Antônio Fausto Neto Formando, Thaís Furtado, Luciano Klöckner, Marcos Santuário, Márcia Franz Amaral, Ângela Felippi, Fabiana Piccinin, Flávio Porcello, Luciana Mielniczuk, Paulo Pinheiro


Ficha técnica:


Título: Edição em Jornalismo: ensino, teoria e prática Autor(es): Ângela Felippi, Demétrio de Azeredo Soster, Fabiana Piccinin (Organizadores)
Área: Ciências Humanas
Ano: 2006
Páginas: 194
Formato: 14x21 cm
ISBN 85-7578-151-0
Categoria:
Jornalismo
Preço: R$ 30,00
Código: 73716


Comprar pela internet: clique aqui.

Revista Exceção

O semestre que se encerrou há pouco foi particularmente importante para a moçada que faz jornalismo na Unisc, by Santa Cruz do Sul. Elaboramos, na cadeira de Impresso III, o segundo número da Revista Exceção, que ficou linda já a partir da capa. O trabalho foi importante, em primeiro lugar, porque buscamos exercitar aquele olhar diferenciado (e sempre em falta) que se deve ter quando do exercício da reportagem. Mas também porque dialogamos de perto com o pessoal da fotografia e da publicidade, que nos deram uma baita contribuição em termos de foto, capa, logotipia, anúncios e programação visual. A idéia foi reproduzir, em sala de aula, o que se faz na prática em termos de redação. Repito: ficou boa a revista, muito boa.







28 de jul. de 2007

Pra começo de conversa

Sábado, frio de "renguear cusco", como se diz por estes lados - expressão que, por sinal, ainda não está clara quanto ao seu significado para a Sylvia Moretzsohn (esteve por esses dias em São Leopoldo) -; uma tarde em cima de planos e programas a serem preenchidos e um certo sentimento de culpa por não conseguir ir adiante: eis o que resta de ânimo neste que vos escreve.
Mas a semana foi boa. Em Santa Maria, Seminário Adelmo Genro Filho, na UFSM, com direito a lançamento do Edição em Jornalismo: Ensino, Teoria e Prática (Edunisc, 2006), organizado por mim, pela Fabiana Piccinin e pela Ângela Felippi. Um monte de gente conhecida por lá: Elias Machado, Tatiana Teixeira, Luciana Mielniczuk (este sobrenome me tira do sério!), Márcia Amaral. Valeu pegar a estrada.
E agora, depois de dez dias de férias eufemísticas - em que, entre outros, tornei-me um ser qualificado - eis-me de volta à redação. E às salas de aula, mas isso somente na semana que vem.