31 de jan. de 2009

Sobre a máfia napolitana

Comecei a ler ontem Gomorra - A história real de um jornalista infiltrado na violenta máfia napolitana, de Roberto Saviano (Bertrand Brasil, 2006). Peguei o livro por se tratar de jornalismo, em primeiro lugar, mas também porque trata de jornalismo feito da Itália, que a gente pouco conhece por estes lados. Assim que tiver lido comento ele.

29 de jan. de 2009

De tudo o que eu gosto

Hoje é o décimo dia de minha dieta, e tudo o que comi - incluindo a fatia de melancia que não estava prevista no cardápio da nutricionista - cabe na palma de uma das mãos. A Fabi jura que está dando certo, eu não tenho tanta certeza. Também hoje quebrei a terceira (ou será a quarta?) garrafa térmica desde o ano passado, o que representa um prejuízo considerável; dei-me conta que preciso escrever pelo menos dois artigos nos próximos dias, preparar aulas, fazer o plano de vôo do livro que escreverei este ano, tocar alguns projetos, e, no meio disso tudo, ser pai e marido. Gosto disso tudo.

28 de jan. de 2009

Ontem eu não me comportei

Não vou seguir lhes chateando com meu calvário pessoal. Mas o fato é que ontem não me comportei: fomos jantar na casa de amigos. O resultado da "ingesta": uma porção de massa com camarão na entrada; um molho supimpa sobre tudo isso. Depois, saladas as mais diversas. Na verdade, uma monte de saladas. Na seqüência, congro. M-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o. Comi dois pedaços. E uma taça de suco de uva. Como sobremesa, morangos orgânicos. Mandei ver uns sete, acho. Na volta, chá de boldo. Minha consciência pesa uma tonelada e ainda tenho um dia inteiro pela frente.

27 de jan. de 2009

Teoria e crítica do discurso noticioso em livro

Por e-mail recebo notícias de Portugal, dando conta de mais um título da Editora LabCom disponível em PDF. Diz o texto de João Carlos Correia, na língua vernácula: "A Editora LabCom tem a honra de apresentar mais um livro da sua colecção Estudos em Comunicação: Teoria e Crítica do Discurso Noticioso: Notas sobre Jornalismo e Representações Sociais, João Carlos Correia, 2009. Este livro ensaia a possibilidade de um diálogo entre conceitos sociofenomenólógicos e a Análise Crítica do Discurso, ambas aplicadas ao campo do texto jornalístico. Assim, inscreve-se na área dos estudos jornalísticos, mais particularmente da Teoria da Notícia. Destaque-se que "Teoria e Crítica do Discurso Jornalístico" é o resultado de um trabalho pós-doutoral efectuado na sua maioria na Universidad Pompeu
Fabra, em Barcelona, com a inspiração de Teun van Dijk e de Miquel Rodrigo
Alsina.O livro pode ser descarregado em: http://www.livroslabcom.ubi.pt" Abraço a todos.

26 de jan. de 2009

O que é ser jornalista?

Se, de um lado, estas férias não estão servindo muito pra colocar o sono em dia (mais tarde o Pedro explica o por quê), as leituras andam aceleradas. Neste final de semana, por exemplo, terminei de ler o O que é ser jornalista (Record, 2006), do Ricardo Noblat. Mais que um manual do tipo "faça isso, não faça aquilo", o que Noblat nos oferece são importantes lições sobre o ser-se jornalista e suas derivações. Isso tudo por meio de relatos de sua experiência profissional junto ao Correio Braziliense e Veja, para ficarmos em dois dos mais evidentes. Pena que não haja praticamente nada sobre sua atuação como blogueiro por meio do Blog do Noblat, atividade que exerce desde 2004 e que é referenciada tão-somente de passagem no livro. Mas vale a leitura, com certeza.

23 de jan. de 2009

Corações Sujos

Acabo de ler Corações Sujos (Cia das Letras, 2007), de Fernando Moraes. E lhes digo com muita tranqüilidade: leiam. Trata-se da história da seita Shindo Renmei (Liga do Caminho dos Súditos), composta por imigrantes japoneses que, no Brasil de 1946, não apenas se negavam a acreditar que o Japão havia perdido a guerra como decidiram matar quem dissesse, ou mesmo acreditasse, no contrário. Isso por meio de tokkotais, os assassinos da Shindo Renmei. Os nomes são fortes e o cenário exuberante, mas, olhando de perto, - e este é o grande mérito do livro -, trata-se de um grande caso de manipulação coletiva: os "cabeças da seita", por exemplo, para convencer os imigrantes que o Japão havia ganho a guerra, e não perdido, adulteravam o conteúdo de reportagens e criavam selos da "vitória" japonesa, para ficarmos em dois. Vale a pena ler também porque, aqui e ali, aparecem registros do trabalho da imprensa da época, entre estas das revista O Cruzeiro e Diretrizes, por exemplo. Em tempo: "Corações sujos" eram os japonses considerados traidores por acreditar na derrota japonesa, e que mereciam, portanto, morrer. Eu recomendo.

Livro analisa os blogues e a comunicação

Repico, por relevante, post do blog Jornalismo Móvel, de meu amigo Fernando Fermino, sobre o lançamento do livro Blogs.com: estudos sobre blogs e comunicação (SP, Momento Editorial, 2009). O texto é organizado por Adriana Amaral, Raquel Recuero e Sandra Montardo. O prefácio é do André Lemos e posfácio de Henrique Antoun. O livro, que já está disponível completo em PDF em http://www.sobreblogs.com.br/, representa uma obra imprescindível para os estudiosos de blogs e microblogs e demais variantes e está sob licença Creative Commons. Abaixo todos os autores e respectivos capítulos.

SEÇÃO I – BLOGS: DEFINIÇÕES, TIPOLOGIAS E METODOLOGIAS
Blogs: mapeando um objeto - Adriana Amaral, Raquel Recuero e Sandra Portella Montardo;
Ciberespaço e a escrita de si na contemporaneidade: repete o velho, o novo blog? - Rosa Meire Carvalho de Oliveira;
Teoria e método na análise de um blog: o caso Mothern - Adriana Braga;
A vitória de Pirro dos blogs: ubiqüidade e dispersão conceitual na web - Marcelo Träsel;
Práticas de blogging na blogosfera em língua alemã: resultados da pesquisa “Wie ich blogge?!” - Jan Schmidt;

SEÇÃO II – USOS E APROPRIAÇÕES DE BLOGS
O movimento Cansei na blogosfera: o debate nos blogs de política - Cláudio Penteado, Marcelo dos Santos e Rafael Araújo;
Contribuição dos blogs e avanços tecnológicos na melhoria da educação - Helaine Abreu Rosa e Octávio Islas;
Pedagogia dos blogs: posts sobre o uso da ferramenta no ensino de jornalismo - Rogério Christofoletti;
Blogosfera X Campo Jornalístico: aproximação e conseqüências - Leonardo Foletto;
Blogs como nova categoria de webjornalismo - Juliana Escobar;
Os blogs na web 2.0: publicação e organização coletiva de informação - Maria Clara Aquino;
Moblogs e microblogs: jornalismo e mobilidade - Fernando Firmino da Silva.

Do que não gosto em Santa Cruz

Gosto muito de Santa Cruz. É uma cidade bacana, cercada de verde por todos os lados, com uma moçada descolada, relativamente perto de Porto Alegre (cerca de 150 quilômetros) e com a estrutura necessária para um sujeito como eu viver. O que não suporto aqui é o fato de um monte de gente - velhos, jovens, adultos, crianças, peruas etc. - não estarem nem aí para a sujeira produzida por seus cachorros e cachorras. A cena mais comum é alguém levar seu cão para passear, o próprio fazer suas necessidades na calçada e tudo permanecer na mesma, como se nada houvesse ocorrido. Limpar a sujeira? Aparentemene isso nem passa pela cabeça da galera. Azar de quem pise em cima dela.

Terceira estação (do calvário)

Sobre o que houve ontem entre eu e meu regime:
6h30 – aproveito o choro do Pedro para o desjejum. Chá de casca de pocã com uma banana.
7h50 – iogurte de morango, duas fatias finas de pão integral, um nada de manteiga e uma fatia de queijo.
10 horas – barra de cereal.
12h20 – Almoço. Dois pedaços médios de frango (não resisti e comi um deles com queijo muzzarela em cima), couve-flor, saladas em geral, quatro colheres de arroz e uma concha de feijão. Suco de abacaxi sem açúcar.
15 horas – seis cooquies.
OBS. Tipe um piripaque na vinda de São Leopoldo, onde fui depositar minha tese. Sudorese, frio, sonolência e ânsia de vômito. Parei na estrada para dar uma cochilada.
20h30 - Janta. Duas fatias de pão integral com manteiga e um pouco de nata laiguite. Um palmito. Uma fatia de melancia. Um copo de água de côco e algumas folhas verdes (alface americana e rúcula).
22 horas – a velha e boa barrinha de cereal.
22h45 – iogurte de ameixa com granola

22 de jan. de 2009

O melhor tabaco para cachimbo

Erinmore é aquele que eu considero o melhor tabaco para cachimbo que experimentei por estas plagas (eu e a torcida do Flamengo, disse-me alguém outro dia). É feito a partir de três misturas, segundo o site Amigos do Cachimbo: a primeira é de fumos alaranjados e marrom-avermelhados curados em ar forçado, misturados com algumas folhas de Burley. A segunda mistura é composta por fumos de coloração marrom escura, tratados por compressão em vapor aquecido, que lhe confere coloração final bastante escura, quase negra. A terceira e última mistura é de folhas de limão, que suavizam e dão suporte para esta brilhante combinação. Infelizmente não vejo uma lata destes há mais de dois anos por estes lados. Aos poucos vou contando quais são meus tabacos preferidos.

O cachimbo de John Coltrane

Olha que bela descoberta. Não sei se vocês sabem, mas gosto fumar cachimbo e eventualmente charuto, neste caso de preferência os cubanos. E, pois. Agora há pouco, zapeando em busca de fumo Dunhill, raríssimo em tempos de dólar alto, deparei-me com uma foto tão histórica quanto desconhecida. Do blog Cachimbo Mania. No post Cachimbeiros do Mês, ninguém menos que John Coltrane, graaaaaaaaaaaaaaaaaaade saxofonista de jazz, está fumando um cachimbo. Tipo assim: isso não muda o mundo, mas é legal. Quem é John Coltrane? Deixa pra lá.

Segunda estação (do calvário)

O que foi meu dia ontem do ponto de vista do regime:
6h15 – banana, mamão papaia e chá de noz pecã. Sono.
7h15 – minha vida melhorou. Descobri que os 200 ml (estou usando um medidor) são bem mais que eu supunha ontem. Dá pra encher um copão com iogurte! No mais, fatia de queijo, pão integral e uma baba de manteiga laigueti.
10h05 – um club social. Sem comentários.
12h20 – saladas, duas chuletas pequenas de porco sem gordura, quatro colheres de arroz, duas conchas de feijão (errei na medida; vou de auto-flagelar por isso), suco de mamão sem açúcar (um copo). Sinto-me estufado.
OBS. Uma garrafa de 500 ml de chá de noz pecã pela manhã.
15 horas – seis coockies integrais. Minúsculos. Rezo para que chegue a hora da “janta”.
OBS. Uma garrafa de 500 ml de chá de noz pecã à tarde.
OBS 2. 1h30 de caminhada
19 horas. Janta. Uma fatia de queijo muzzarela, duas fatias de pão com um pouco de margarina laiguiti, um copo de 200 ml de água de côco, um potinho de moranga cozida com cebola, três pepinos e dois palmitos. Sinto a barriga estufada.
21h30 – barrinha de cereal. Sem palavras.
22h30 – iogurte com quatro colheres de granola. Não sei se estava com fome.
Acho que vou sobreviver.

21 de jan. de 2009

Especialização em Comunicação Política

Pessoal, o Departamento de Comunicação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) está oferecendo a especialização em Assessoria em Comunicação Política, que se inicia em abril de 2009.
A especialização visa capacitar profissionais da área de Comunicação e afins para atuarem na comunicação política, em câmaras de vereadores, assembléias legislativas, governos federal, estaduais e municipais, editoria de política das redações dos veículos de comunicação, agências de publicidade e marketing que trabalham com política ou setor público, e é única no Rio Grande do Sul.
Conta com professores de diversas universidades gaúchas com experiência na comunicação política, com titulação de mestres ou doutores e com pesquisa em comunicação política.
O curso tem duração de dois anos, com aulas presenciais, quinzenais, às sexta-feiras e sábados, no câmpus de Santa Cruz do Sul.
Inscrições podem ser feitas até 03 de março no site www.unisc.br/pg ou na Secretaria de Pós-Graduação e Extensão.

20 de jan. de 2009

Primeira estação (do calvário)

Eis a síntese do que foi meu dia do ponto de vista gastronômico:
6h15 – um copo de chá de casca de noz pecã (!), uma banana e meio mamão papaia.
7 horas – um copo de iogurte light de ameixa, uma fatia fina de pão integral com margarina laiguite e uma fatia de queijo muzzarela.
10 horas – barra de cereal de banana.
OBS. Duas garrafas de 500 ml de chá de noz pecã (!!).
12h20 (almoço) – três pedaços pequenos de bife, quatro colheres de arroz, uma concha de feijão, chuchu (seis pedaços pequenos) e salada (alface, pepino japonês, tomate e morango). Um copo de suco de abacaxi sem açúcar.
OBS. Uma garrafa de 500 ml de chá de noz pecã na parte da tarde.
15 horas – seis cookies integrais (são minúsculos!).
18h40 – uma fatia de queijo, suco de caixinha com mais água que suco, duas fatias de pão integral e um resto de salada.
19h43 – uma barra de cereal. Estou com fome!
22h48 – uma xícara de iogurte (ameixa e morango) laiguite com quatro colheres de granola. Bem sem graça.
Faltam 14 dias.
Ninguém merece.

Estou de regime. De novo

A partir de hoje estou de regime. O inimigo: minha barriga. Há algum tempo, fui em uma endocrinologista. Queria me dar remédios. Não topei. Fiquei quinze dias à base de carne e saladas. Nada de frutas ou carboidratos. Um horror. Desta vez estou sendo acompanhado por uma nutricionista. Pelo que entendi, a idéia é comer pouco e sempre. A exigência mais estranha, até agora, foi chá de noz pecã. Para desintoxicar. Vamos ver o que acontece.

19 de jan. de 2009

Perguntas na contramão

Provavalmente de Heidegger, citado por George Steiner em entrevista a Juan Cruz - O carteiro -, no Caderno Mais da Folha de São Paulo deste domingo, 18: a ciência é enfadonha porque carece de perguntas e é farta em respostas.
De Juremir Machado da Silva, em sua coluna de hoje, 19, no Correio do Povo: "O papel do interlectual é ter coragem de andar na contramão".
Uma boa semana a todos.

18 de jan. de 2009

O olho da rua de Eliane Brum

Esperei para comentar o novo livro de minha amiga Eliane Brum - O Olho da Rua (Globo, 2008) - depois que eu tivesse lido, o que ocorreu ontem à noite. Bueno, eis aí mais uma leitura indispensável quando o assunto é jornalismo. Grosso modo, o conteúdo - dez matérias, mais prefácio e apresentação - diz respeito aos textos que a moçoila escreveu na Revista Época, onde trabalha. Trata-se, portanto, de jornalismo de primeira qualidade, com tudo o que isso possa vir a significar. Mas não apenas. Após a transcrição de cada um dos textos, ilustrados com fotos de seus parceiros de trabalho, Eliane comenta as suas matérias. Para além da mera descrição de como tudo se deu. Isso faz com que o livro ganhe uma amplitude sem precedentes, porque honesto; real, permitindo ao leitor um nível de conhecimento que usualmente lhe é negado. Recomendo a todos a leitura. Custa uns R$ 42,00, mais ou menos.

17 de jan. de 2009

Febre amarela em Santa Cruz?

Corre à boca pequena que a febre amarela chegou a Santa Cruz do Sul. Nos últimos dias cidades como Santa Maria e Restinga Seca têm registrado casos da doença. inclusive com a morte de bugios. Ontem, uma vizinha - a cara de assustada - soube, por meio do marido, que é médico (ou algo que o valha), que houve uma morte por causa da febre. Morte sem nome próprio ou local, mas morte. Bueno. A Fabi já está vacinada, por ocasião das viagens que fez. O Pedro ainda é novinho demais (só depois dos nove meses, segundo o pediatra). Resta a mim fincar a agulha no braço. Farei isso mais tarde. Depois vou pescar.

16 de jan. de 2009

Primeiro passo pós-doutorado

Com a preciosa assessoria do amigo e colega Rudinei Kopp, pela qual eu agradeço, cometi hoje pela manhã aquele que considero meu primeiro mais importante passo pós-doutorado: a compra de um equipamento de pesca. Uma vara de pescar, molinete, linha, anzóis de todos os quilates, chumbada, bóias e iscas artificiais. A primeira lição de como usar o molinete se deu no pátio da Unisc, para desespero dos quero-queros e alegria das colegas que presenciaram a cena, digamos assim, diferente. Hoje ainda, mais para o final da tarde, vamos eu, a Fabi e o Pedro atrás de um pesqueiro. Parece que em Sininbu, aqui perto, tem um: o Pesque-paqgue do Tio Hugo. Na volta eu conto.

15 de jan. de 2009

Sempre há uma primeira vez

Na boa: isso nunca havia acontecido antes, pelo menos não comigo. Como não há dia que não chegue, eis que a pessoa que vos escreve literalmente caiu da cama. Por volta das 6 horas. Ia chutar uma bola, mas a pelota estava looooooooooooooooooooooooooonge demais, de forma que meu pé não a alcançou. Quando me dei por conta, estatelei-me no chão. A Fabi está rindo até agora.

13 de jan. de 2009

Eis que me fiz doutor

Eis que me fiz doutor, em trabalho de banca que durou das 9 horas às 13 horas do dia 12. Trabalho difícil, por vezes tenso; repleto de complexidades e pontos de vista os mais diversos, sobretudo bom, porque rico, como convém a uma banca de doutorado. Ritual este que foi composto pelos professores-doutores Elias Machado Gonçalves (UFSC), Marcos Palácios (UFBA), Christa Berger (UNISINOS), e, finalmente, Jairo Getúlio Ferreira (UNISINOS). A orientação foi de Antônio Fausto Neto, a quem agradeço profundamente a parceria. Meu obrigado também aos que acompanharam, da platéia, tenazmente os trabalhos. A tese, intitulada "O jornalismo para além de seus territórios conceituais: internet, midiatização e a reconfiguração dos sentidos midiáticos", busca observar o que ocorre quando os dispositivos jornalísticos, mais que vetores de midiatização, são afetados pela processualidade desta. Na foto, o registro da defesa, na Unisinos.

11 de jan. de 2009

Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno

Encerrei ontem a leitura do segundo livro de As ilusões armadas - A ditadura envergonhada, de Élio Gaspari (Cia das Letras, 2002). É uma coisa muito maluca: tudo se inicia, a primeira quartelada, a partir da possibilidade de João Goulart, o Jango, ampliar ser próprio mandato, não obstante a grita contrária de gente como Leonel Brizola, seu cunhado, e outro. Ninguém queria isso: nem esquerda, de matizes fortemente comunistas, e nem a direita, tutelada pela CIA, a agência de "inteligência" norte-americana. Bueno, Jango foge e os milicos tomam o poder. Até aí todo mundo conhece. O que surpreende na obra - e sobre isso pouco se fala em sala de aula, pelo menos não naquelas por onde eu passei - é que a patuscada não ficou apenas por conta dos militares, cujas idiotices são por demais conhecidas: também a esquerda teve sua parte de culpa. Em especial porque o que eles queriam, na verdade, era implantar um estado socialista no Brasil nos moldes de Cuba, China ou União Soviética. A qualquer custo. E este foi, na análise de Gaspari, o maior equívoco de todos: não se tratava de reestabeelecer a democracia em um estado vilipendiado pelas armas, mas sim implantar um outro modelo de governo, comunista, tendo por base a luta de guerrilhas, fosse urbanas ou rurais.
Ontem mesmo comecei o terceiro livro, O sacerdote e o feiticeiro: a ditadura encurralada. Quando terminar eu conto mais.

10 de jan. de 2009

Maysa, Tim Maia e Cazuza

O psicanalisca Carl Gustav Jung escreveu, certa feita, que os artistas tendem a enlouquecer porque a "parte artística" de seus cérebros é possessiva; tende a dominar inclusive a "parte racional" do artista. Os lacanianos, sabemos, acham que isso é delírio, mas convenhamos: ajuda a entender uma série de coisas. Vejamos a cantora Maysa, que neste momento é alvo de minisérie na Globo, chatinha por sinal: a mulher não apenas nasceu pirada - e o álcool e o cigarro são apenas embalagens desta loucura - como está ficando cada dia mais crazy. Divina como artista, insuportável como ser humano, o que eleva aquela assistente dela, creio que Rose, à santidade em vida. Fico imaginando o que não daria Maysa, Tim Maia e Cazuza em uma mesma festa...

9 de jan. de 2009

Por que gosto de Santa Cruz do Sul? (Parte IV)

Porque aqui existe uma livraria/cafeteria chamada Iluminura, que é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bacana.

Defendo minha tese na segunda, dia 12

A quem interessar possa: às 9 horas de segunda-feira, 12, defenderei minha tese,intitulada O Jornalismo para além de seus territórios conceituais: internet, midiatização e a reconfiguração dos sentidos midiáticos., sob orientação do professor-doutor Antônio Fausto Neto.
Será na sala 3A108 do PPGCom da Unisinos, em São Leopoldo.
A banca exminadora:
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Elias Machado Gonçalves (UFSC)
Prof. Dr. Marcos Silva Palácios (UFBA)
Profa. Dra. Christa Berger (UNISINOS)
Prof. Dr. Jairo Getúlio Ferreira (UNISINOS)
Estão todos convidados.

8 de jan. de 2009

Por que gosto de Santa Cruz do Sul? (Parte III)

Porque as pessoas que moram em Santa Cruz do Sul a reconhecem como cidade, com tudo o que isso possa significar. A este fenômeno damos o nome de cidadania, artigo tão raro quanto necessário nos dias que se seguem.

Pedro e o ataque do Monstro da Palha

O Monstro da Palha assombrou o sono de Pedro esta madrugada, por volta das 5h30. Quando finalmente acudi o rapazinho (aos 41 já não somos mais tão ágeis, em especial na hora de acordar), lágrimas vertiam de seus olhos. Após uma generosa mamada, o que é possível devido ao leite sempre disponível da Fabi, conversamos bastante os três. E Pedro, no alto de seus quase seis meses, finalmente conseguiu dormir. Às 7 horas.

Verônica está crescendo

Verônica manda notícias de Campeche, Florianópolis, onde está veraneando com a mãe e o namorado desta: homens, de tudo quanto é forma,cor e tamanho, não param de olhar para ela quando vai à praia. Outro dia, na cozinha aqui de casa, ela perguntou o que deve fazer com a língua quando beijar alguém. Na semana seguinte a descarada contou que beijou alguém. No cinema de São Leopoldo, onde mora. E que gostou de beijar este alguém. Não é mole esta vida de pai.

Por que gosto de Santa Cruz do Sul? (Parte II)

Porque aqui (ainda) há muito mato. Na verdade, a cidade é cercada por mato. E se há mato, há animais: todos os dias acordo com a passarada cantando, apesar de morar no Centro. Outro dia, passeando de carro, eu, a Fabi e o Pedro vimos um bando de araqüãs (um tipo de pássaro). Em outro momento, quando eu e Verônica, minha filha, caminhávamos no Parque da Gruta, aqui perto, havia um banco de macacos-prego filando comida dos turistas. Detalhe: estavam soltos os macacos. É a segunda vez que os vejo. Também já me deparei, em minhas caminhadas, com um tatu e, ontem, com um gato do mato. Estes encontros têm se dado, via, de regra, nas trilhas que tenho percorrido em minhas caminhadas, que adquirem uma relevância especial porque podem ser feitas - ainda - no meio do mato que resta em Santa Cruz do Sul.

7 de jan. de 2009

Por que gosto de Santa Cruz do Sul? (Parte I)

Porque esta semana, na rua onde moro - Almirante Tamandaré, Centro - houve uma apresentação de Terno de Reis. Bem bacana, por sinal.

5 de jan. de 2009

Está chegando a hora

A contar com hoje, faltam sete dias para a defesa de minha tese, que terá lugar às 9 horas do dia 12, na Unisinos.

3 de jan. de 2009

Pedro e a piscina

O acontecimento aí ao lado se deu em Faxinal do Soturno, creio que na tarde do dia 31 de dezembro de 2008; quando, sob um sol cáustico de verão, deu-se o primeiro banho de piscina da vida de Pedro. Aos cinco meses de idade.

Me fui pro Chile

Guilherme Mazuí; aluno, colega e amigo, mais Morgana Rohde, a Moguinha, sua namorada, resolveram fazer uma férias diferentes neste verão, de mochila. Viajarão, ao longo de 18 dias, pelo Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Neste momento eles estão no Chile. O legal, para além da viagem, é que estão registrando todos os momentos em um blog, o Me fui pro Chile, incluindo aí custos e informações gerais. Confere lá. E não esqueça de deixar um alô, que é pra manter o astral dos news beatniks pra cima.

2 de jan. de 2009

Festas, leituras e defesas

As festas de final de ano foram legais.
Eu, a Fabi e o Pedro passamos Natal e Ano Novo em Faxinal do Soturno, uns 60 quilômetros de Santa Maria; 120 de Santa Cruz do Sul, na casa dos pais da Fabi. Os velhos, mais cunhados, cunhadas e parentes os mais diversos foram muito bacanas, como sempre. E eu engordei ainda mais.
Passamos o tempo basicamente comendo e dormindo, mas lendo um algo também: Os irmãos Karamabloch, de Arnaldo Bloch (Cia das Letras, 2008), e o primeiro volume de As ilusões armadas - A ditadura envergonhada, de Élio Gaspari (Cia das Letras, 2002). No primeiro caso, fundamental para quem se interessa por jornalismo de revista. Já o segundo para que se possa compreender melhor o Brasil de ontem e de hoje, e, nele, o jornalismo. Também li por estes dias Che Guevara - Uma biografia, de John Lee Anderson, (Objetiva, 2005). Um tijolaço de 920 páginas que, além de desnudar a vida de seu autor, carrega consigo informações importantes sobre como a mídia se mostrou fundamental para que Fidel Castro e Che conseguissem derrubar o governo de Fulgêncio Batista. Ou seja, como o aparato midiático-comunicacional interferiu e foi interferido pelos acontecimentos de então. A leitura, por vezes, cansa, em especial na primeira parte, quando a vida de Che era uma espécia de aventura sem fim pela América Latina, mas o livro vale a pena. Eu recomendo.
Bueno, agora de volta a Santa Cruz do Sul é chegada a hora de preparar a defesa da tese, marcada para às 9 horas do dia 12 de janeiro, uma segunda-feira.
Era isso por enquanto.
A gente se fala.