25 de jul. de 2009

Sobre Renato Russo: o filho da revolução


Bueno, 415 páginas depois, mais capa e contra, eis que é chegada a hora de tecer alguns comentários a respeito do livro Renato Russo: o filho da revolução, do jornalista Carlos Marcelo (Agir, 2009), que acabo de ler. Enumero, abaixo, em primeiro lugar, o que gostei, para, em seguida, tecer algumas críticas. De qualquer sorte, recomendo a biografia, por boa e relevante. O fato de eu ainda hoje gostar demais de Legião Urbana, e de Renato Russo em particular, tem a ver apenas com o que me levou a ler o livro nessas microférias de julho.

DO QUE GOSTEI:

1 Trata-se de uma biografia jornalística que nos permite ver para além da figura do biografado. Ou seja, contextualiza o por que de Renato Russo (ainda) ser Renato Russo. Ne verdade, até a metade do livro Renato Russo é quase um personagem secundário, tamanha a riqueza de dados.
2 Por meio do texto, nos damos conta do que ocorreu nas primeiras décadas de Brasília, em especial na relação dos jovens com esta.
3 A competente pesquisa do autor, com direito a referências bibliográficas, ajuda-nos a entender artistas como Nei Matogrosso e bandas como Paralamas do Sucesso, para ficarmos em dois e para além do que sabemos.
4 É rica em fotos de época e a diagramação, já a partir da capa, é primorosa.
5 Traz detalhes como textos inéditos escritos por Renato Russo desde os tempos do Aborto Elétrico.
6 É bem escrita.
7 etc.

O QUE NÃO GOSTEI

1 No afã de contextualizar bem o mito Renato Russo, em alguns momentos a narrativa parece perder o rumo. Depois retoma, é verdade; mas fica a impressão que faltou um editor aqui e ali.
2 Não sei, mas às vezes o jogo narrativo que se estabelece entre o autor e algumas/letras/momentos de Renato Russo me parece cansativo.
3 Ficou para trás a internação de Renato Russo em uma clínica de desintoxicação; e também a produção deste período, ainda que, lá pelas tantas, ele se diga dependente químico etc.
4 A tão obscura quanto contundente briga entre Legião Urbana e Capital inicial, que foi parar na Justiça, passa batida. Uma referência, mas nada além disso.
5 O trecho dos discos-solo fica rápido demais. Não conta, por exemplo, que Renato Russo esteve na Itália em busca de músicas para compor seu repertório.
6 O livro é caro pra cacete (R$ 59,90)!
7 etc.

Sobre o autor, via site oficial do livro: nascido em João Pessoa (PB), em 1970, o jornalista Carlos Marcelo vive em Brasília desde 1985. Hoje, é editor-executivo do Correio Braziliense. No mesmo jornal, já foi repórter de música e editor do suplemento juvenil X-Tudo e do caderno de cultura. Foi vencedor do Prêmio Esso, em 2005, pela capa “Mais quatro anos... de Bush”. É um dos criadores do programa de rock “Cult 22” e autor da série “A história do rock de Brasília”, publicada na revista ShowBizz, e do livro Nicolas Behr – eu engoli Brasília.

Era isso. Mais que concordar ou discordar, sugiro que você leia o livro. Vale a pena, à revelia de você gostar, ou não, de Legião Urbana.

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