Se eu tivesse de encontrar um adjetivo para classificar o filme Sherlock Holmes, de Guy Ritchie, muito provavelmente seria "chato".
O filme é chato por pelo menos cinco motivos, a saber:
1 Ele é chato, em primeiro lugar, porque exagera demais nas cenas de ação, ao ponto de, aqui e ali, elas, as tais cenas, esconderem roteiro, cenário, trilha, figurino e o que mais houver.
Na boa: Sherlock, pra quem não lembra, ou não soube, é um papo mais cabeça, mais mistério; não tem nada a ver com ação.
2 O filme também é chato porque lembra, em muito, aqueles piadistas chatos, que não têm vocação alguma para piada e precisam repetir o texto para - haja o que houver - explicar à pobre da vítima a graça da piada.
Refiro-me às remissões, inicialmente interessantes, onde Sherlock explica, depois de ter descoberto, como chegou às conclusões.
Então, a cada nova descoberta, uma nova explicação; até o final do filme.
3 Outra coisa chata no filme: a obviedade. Trata-se de um enredo óbvio e chato. Clichê dos pés à cabeça. Recriar é uma coisa. Implodir, outra.
4 E o que dizer da caricaturização dos personagens? Exageradamente chatas.
5 Por fim, mas este é coisa pessoal minha, os caras acabaram com o personagem de Sir Arthur Conan Doyle sem oferecer quase nada em troca, o que é realmente uma pena pra quem, como eu, teve nesta uma de suas primeiras leituras.
E não adianta: não vou comentar nada sobre o fato de o cachimbo de SH, antes fundamental à trama, aparecer com algo importante somente na metade para o final do filme.
E ser de cano reto, uma heresia.
4 de fev. de 2010
Um filme realmente muito chato
Postado por
Demétrio de Azeredo Soster
às
21:28
Marcadores:
cinema,
Comentários pessoais,
Sherlock Holme
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Eu gostei do filme!
É, sor, realmente, concordo contigo. Fiquei extremamente decepcionada ao assistir Sherlock Homes, pois esperava algo mentalmente desafiador, que me deixaria com aquele "aaaaaah, era isso" no final da sessão.
O problema é que criaram mais um blockbuster hollywoodiano. O alvo era a massa jovem, rápida. Só que parece que esse público é extremamente subestimado quando surge um remake desses. Isso sem falar que o bordão do detetive (elementar, meu caro Watson) se perdeu e não mostrou as caras no roteiro.
De fato, lamentável, meu caro Demétrio, lamentável.
Postar um comentário