7 de ago. de 2009

Uma bala para vladimir















você tem razão
quando diz, vladimir,
que nesta vida
morrer não é difícil;
difícil é a vida
e seu ofício.

eu, o poeta dos versos vazios,
o asceta das palavras fáceis
e dos gestos sem brio,

penso que tudo soa sempre
como uma brincadeira
em que eu e tu, feito crianças,
somos o castelo e a areia.

não há mais tempo para os cafés,
para a vódica no refrigerador,
para a bagana jogada no chão,
para o beijo, para o rancor.

estamos mortos, vladimir.

permita que eu pegue em sua mão.

3 comentários:

Guilherme Póvoas disse...

Vlad, viva brincando e morra assim também.

Guilherme Póvoas disse...

Detalhe: e eu nem fazia ideia de que Maiakóvski tinha esta lata rude e braba.

Rogério Christofoletti disse...

Olha o cara...