
29 de jun. de 2009
Lançamento do último Enfoque de 2009-1

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Último enfoque do semestre está disponível

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Encontro nacional discute o hipertexto

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28 de jun. de 2009
Alunos da Unisc realizam novo jornal-mural

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27 de jun. de 2009
Twitter e tevê dialogam mais intensamente
A cada dia que se passa encontro mais exemplos do que trabalhei em minha tese, ainda que neste caso não diretamente voltado ao jornalismo. Ou seja, mostras de que, em um cenário de profunda imersão tecnológica, o sistema midiático-comunicacional tende a voltar suas operações para seu próprio interior, em uma perspectiva auto-referencial. Com isso, adquire contornos mais visíveis em relação aos demais sistemas (econômico, político etc.), autonomizando-se. Mas não apenas: interfere e é interferido pelos demais sistemas, funcionando como uma espécie de regulador destes. Ocorre que, quando isso se verifica - e eis minha tese - também os dispositivos que compõem o sistema midiático se midiatizam, ou seja, sofrem afetações as mais diversas.
É o que se pode observar, por exemplo, na matéria publicada na página E10 da Ilustrada, by Folha de São Paulo, deste sábado. O texto, intitulado "Fenômeno da internet, Twitter conquista a TV", explica como os apresentadores de televisão brasileiros estão se utilizando dos microblogs para se aproximar da audiência. Ou, por outras palavras, registra a mudança de operação que se estabelece quando os dois dispositivos - twitter e televisão - encontram-se no mesmo plano operacional, o que só é possível se pensar considerando-se a internet como um elemento que amalgama o sistema midiático.
O fato de a mídia dialogar com a própria mídia é novidade? Certamente que não. Isso sempre ocorreu. A diferença é que agora isso parece estar ocorrendo com mais intensidade, basicamente porque o momento evolutivo atual, de profunda imersão tecnológica, é substancialmente diferente de tudo o que vimos e vivemos até então. A internet, como observei, é parte fundamental deste processo. A isso chamo de midiatização.
Para quem assina a Folha, entre na matéria por aqui.
É o que se pode observar, por exemplo, na matéria publicada na página E10 da Ilustrada, by Folha de São Paulo, deste sábado. O texto, intitulado "Fenômeno da internet, Twitter conquista a TV", explica como os apresentadores de televisão brasileiros estão se utilizando dos microblogs para se aproximar da audiência. Ou, por outras palavras, registra a mudança de operação que se estabelece quando os dois dispositivos - twitter e televisão - encontram-se no mesmo plano operacional, o que só é possível se pensar considerando-se a internet como um elemento que amalgama o sistema midiático.
O fato de a mídia dialogar com a própria mídia é novidade? Certamente que não. Isso sempre ocorreu. A diferença é que agora isso parece estar ocorrendo com mais intensidade, basicamente porque o momento evolutivo atual, de profunda imersão tecnológica, é substancialmente diferente de tudo o que vimos e vivemos até então. A internet, como observei, é parte fundamental deste processo. A isso chamo de midiatização.
Para quem assina a Folha, entre na matéria por aqui.
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25 de jun. de 2009
Exceção número quatro está pronta

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Uma aula para ficar na memória

- Profeeeeeeeee...., do que é que o senhor sempre se queixou durante o semestre; logo no início da aulas?
Embriagada de sono, depois de uma noite de vigília em que o Pedro, meu filho, não deu folga, não me dei conta da, digamos assim, armadilha que se avizinhava.
- Sei lá. - Disse.
Ao que eles responderam, agora em coro:
- O senhor sempre reclamou que não recebe agrados; que antigamente os alunos sempre levavam maçãs para os professores.
- É?
- Haaaaaaaaaaaaaan! Haaaaaaaaaaaaaan! (algo como: é verdade; o "é" bem espichado, para dizer maliciosamente que isso de fato foi assim)
- ...
Logo meus braços se mostraram pequenos para tantas maçãs. E para as duas limas que o Luis, por entender que não há muitas diferenças entre limas e maçãs, afinal todas são frutas, e as limas estavam mais à mão, fez questão de levar. Façam os cálculos: só ali são 13 maçãs e duas limas. Mais tarde chegaram mais maçãs. Creio que duas. Logo depois, um "parabéns a você" pra lá de bacana, em comemoração aos 42 anos que completei na semana passada. E eu sem fazer a menor idéia de onde deveria colocar minhas mãos.
São momentos como estes, realizados e vividos de forma tão espontânea quanto amorosa e reconhecida, que dão sentido aos dias e ao caminho que nos propomos a seguir, alunos e professores. Caminho este muitas vezes pesado, muitas vezes difícel, mas, sobretudo, bom, porque repleto de vontade de viver.
Aos que chegaram a tempo para a foto, e aos que vieram na seqüência, meu muito obrigado!
OBS. O filme não era lá estas coisas, mas a aula foi um algo: teve até "nega maluca", pipoca, amendoin torrado e chimarrão. Para desespero das "tias" da faxina, imagino.
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21 de jun. de 2009
A liberdade das más razões
No rol das manifestações sobre a queda do diploma de jornalismo, esta semana, por obra e mérito do STF, sugiro a leitura desta análise de Jânio de Freitas publicada hoje pela FSP. O texto é longo, discutível às vezes, mas interessante. Leiam com atenção.
"LIBERDADE de expressão" não é uma expressão de liberdade, é uma fórmula cuja utilidade política está em encobrir limitações e condicionantes do direito de expressão. Umas necessárias à sociedade, outras impostas para preservação de domínio.
Magistrados e advogados abusaram do uso da expressão que sabem ser falaciosa, para chegar à extinção, pelo Supremo Tribunal Federal, da exigência de diploma específico para profissionais do jornalismo. A exigência, não nascida dos motivos repetidos no STF, foi um excesso problemático desde sua criação em 1969, mas nem por isso deixou de produzir um efeito muito saudável e nunca citado, no STF ou fora. Em lugar do diploma específico, a obrigatoriedade de algum curso universitário, não importa qual, seguida de um curso intensivo de introdução aos princípios e técnicas do jornalismo, seria a fórmula mais promissora para a melhor qualidade dos meios de comunicação.
É um argumento rústico a afirmação de que diploma obrigatório de jornalismo desrespeita a Constituição, por restringir o direito à liberdade de expressão. É falsa essa ideia de que o jornalismo profissional seja o repositório da liberdade opinativa. São inúmeros os meios de expressão de ideias e opiniões. E, não menos significativo, a muito poucos, nos milhares de jornalistas, é dada a oportunidade de expressar sua opinião, e a pouquíssimos a liberdade incondicional de escolha e tratamento dos seus temas. (A esta peculiaridade sua, a Folha deve a arrancada de jornal sobrevivente para o grande êxito).
A matéria-prima essencial do jornalismo contemporâneo não é a opinião, é a notícia. Ou seja, a informação apresentada com técnicas jornalísticas e, ainda que a objetividade absoluta seja um problema permanente, sem interferências de expressão conceitual do jornalista. A grande massa da produção dos jornalistas profissionais não se inclui, nem remotamente, no direito à liberdade de expressão. Há desvios, claro, mas a interferência de formas opinativas no noticiário serve, em geral, à opinião e a objetivos (econômicos ou políticos) da empresa. Neste caso há, sim, uma prática à liberdade de expressão, no entanto alheia ao jornalismo, aí reduzido a mera aparência de si mesmo.
Os colaboradores, não profissionais de jornalismo, são os grandes praticantes do direito de liberdade de expressão nos meios de comunicação. E nunca precisaram de diploma de jornalista. A extinção da exigência de diploma em nada altera as possibilidades, as condicionantes e as limitações da liberdade de expressão na produção do jornalismo. Altera o que chamam de mercado de trabalho para os níveis iniciais do profissionalismo. Para os níveis mais altos, há muito tempo as empresas adotaram artifícios para dotar suas redações de diplomados em outras carreiras que não o jornalismo. À parte a questão legal, o resultado é muito bom.
Com o diploma, extinto à maneira de um portão derrubado e dane-se o resto, o STF eliminou sem a menor consideração o efeito moralizante, não só para o jornalismo, trazido sem querer pela exigência de curso. Efeito sempre silenciado. Deu-se que os anos de faculdade e seu custo desestimularam a grande afluência dos que procuravam o jornalismo, não para exercê-lo, mas para obter vantagens financeiras, sociais e muitas outras. Tal prática sobreviveu à exigência do curso, porém não mais como componente, digamos, natural do jornalismo brasileiro. É lógico que as empresas afirmem critérios rigorosos para as futuras admissões, mas sem que isso valha como segurança de passar da intenção à certeza.
O julgamento do recurso antidiploma trouxe uma revelação interessante, no conceito que a maioria do Supremo e os advogados da causa mostraram fazer da ditadura. Segundo disseram, já a partir do relatório de Gilmar Mendes, o decreto-lei com a exigência de diploma era um resquício da ditadura criado, em 69, para afastar das redações os intelectuais e outros opositores do regime. Ah, como eram gentis os militares da ditadura. Repeliram a violência e pensaram em uma forma sutil, e legal a seu modo, de silenciar os adversários nos meios de comunicação, um casuísmo constrangido.
Nem que fosse capaz de tanto, a ditadura precisaria adotá-lo. Sua regra era mais simples: a censura e, se mais conveniente, a prisão.
O julgamento no STF dispensou a desejável associação entre direito à liberdade de expressão e, de outra parte, recusa a argumentos inverazes. A boas razões preferiu a demagogia".
"LIBERDADE de expressão" não é uma expressão de liberdade, é uma fórmula cuja utilidade política está em encobrir limitações e condicionantes do direito de expressão. Umas necessárias à sociedade, outras impostas para preservação de domínio.
Magistrados e advogados abusaram do uso da expressão que sabem ser falaciosa, para chegar à extinção, pelo Supremo Tribunal Federal, da exigência de diploma específico para profissionais do jornalismo. A exigência, não nascida dos motivos repetidos no STF, foi um excesso problemático desde sua criação em 1969, mas nem por isso deixou de produzir um efeito muito saudável e nunca citado, no STF ou fora. Em lugar do diploma específico, a obrigatoriedade de algum curso universitário, não importa qual, seguida de um curso intensivo de introdução aos princípios e técnicas do jornalismo, seria a fórmula mais promissora para a melhor qualidade dos meios de comunicação.
É um argumento rústico a afirmação de que diploma obrigatório de jornalismo desrespeita a Constituição, por restringir o direito à liberdade de expressão. É falsa essa ideia de que o jornalismo profissional seja o repositório da liberdade opinativa. São inúmeros os meios de expressão de ideias e opiniões. E, não menos significativo, a muito poucos, nos milhares de jornalistas, é dada a oportunidade de expressar sua opinião, e a pouquíssimos a liberdade incondicional de escolha e tratamento dos seus temas. (A esta peculiaridade sua, a Folha deve a arrancada de jornal sobrevivente para o grande êxito).
A matéria-prima essencial do jornalismo contemporâneo não é a opinião, é a notícia. Ou seja, a informação apresentada com técnicas jornalísticas e, ainda que a objetividade absoluta seja um problema permanente, sem interferências de expressão conceitual do jornalista. A grande massa da produção dos jornalistas profissionais não se inclui, nem remotamente, no direito à liberdade de expressão. Há desvios, claro, mas a interferência de formas opinativas no noticiário serve, em geral, à opinião e a objetivos (econômicos ou políticos) da empresa. Neste caso há, sim, uma prática à liberdade de expressão, no entanto alheia ao jornalismo, aí reduzido a mera aparência de si mesmo.
Os colaboradores, não profissionais de jornalismo, são os grandes praticantes do direito de liberdade de expressão nos meios de comunicação. E nunca precisaram de diploma de jornalista. A extinção da exigência de diploma em nada altera as possibilidades, as condicionantes e as limitações da liberdade de expressão na produção do jornalismo. Altera o que chamam de mercado de trabalho para os níveis iniciais do profissionalismo. Para os níveis mais altos, há muito tempo as empresas adotaram artifícios para dotar suas redações de diplomados em outras carreiras que não o jornalismo. À parte a questão legal, o resultado é muito bom.
Com o diploma, extinto à maneira de um portão derrubado e dane-se o resto, o STF eliminou sem a menor consideração o efeito moralizante, não só para o jornalismo, trazido sem querer pela exigência de curso. Efeito sempre silenciado. Deu-se que os anos de faculdade e seu custo desestimularam a grande afluência dos que procuravam o jornalismo, não para exercê-lo, mas para obter vantagens financeiras, sociais e muitas outras. Tal prática sobreviveu à exigência do curso, porém não mais como componente, digamos, natural do jornalismo brasileiro. É lógico que as empresas afirmem critérios rigorosos para as futuras admissões, mas sem que isso valha como segurança de passar da intenção à certeza.
O julgamento do recurso antidiploma trouxe uma revelação interessante, no conceito que a maioria do Supremo e os advogados da causa mostraram fazer da ditadura. Segundo disseram, já a partir do relatório de Gilmar Mendes, o decreto-lei com a exigência de diploma era um resquício da ditadura criado, em 69, para afastar das redações os intelectuais e outros opositores do regime. Ah, como eram gentis os militares da ditadura. Repeliram a violência e pensaram em uma forma sutil, e legal a seu modo, de silenciar os adversários nos meios de comunicação, um casuísmo constrangido.
Nem que fosse capaz de tanto, a ditadura precisaria adotá-lo. Sua regra era mais simples: a censura e, se mais conveniente, a prisão.
O julgamento no STF dispensou a desejável associação entre direito à liberdade de expressão e, de outra parte, recusa a argumentos inverazes. A boas razões preferiu a demagogia".
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18 de jun. de 2009
Um (grande) momento

Desnecessário dizer que fiquei imensamente feliz pelo gesto amoroso desta galera que amo tanto, basicamente porque percebo nele o reconhecimento do esforço que fazemos, professor e alunos, para tornar a construção do conhecimento algo mais que necessário; possível, bom e prazeroso. A todos os que estão no registro, e aos que não puderam estar, portanto, meu muito obrigado! A foto, feita no modo automático de uma compacta, é de Camila Mayuri, que está de casaco azul à direita da imagem.
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Não tá morto quem luta, quem peleia
Caros, caras, por meio deste post torno pública a promessa que fiz ontem na abertura de uma de minhas aulas assim que soube da, digamos assim, decisão do STF: se, ao longo destas quase três décadas de profissão, nunca quis ser e nunca fui outra coisa senão jornalista, basicamente por amar sobremaneira esta profissão, daqui para a frente buscarei sê-lo com ainda mais propriedade.
Isso para que fique cada vez mais claro, aos que estão chegando e que por mim passarem, que encontram-se diante de uma profissão com pelo menos 300 anos de tradição, que tem corpo docente qualificado, pesquisa, publicação nacional e internacional relevantes, representatividade científica e institucional (refiro-me à SBPJor, ao FNPJ, Fenaj, sindicatos etc.), e que é, portanto, digna de respeito.
Disse a meus alunos, ainda, - e o faço novamente agora -, que mais do que se perguntar se precisam ou não de formação universitária para exercer o jornalismo daqui para a frente, eles devem exigir que seus cursos de jornalismo, à revelia da instituição ou instância, lhes ofereçam cada vez mais qualidade; que seus professores estejam cada vez mais habilitados a exercer a docência em jornalismo, para que, por meio deste conhecimento, eles, os aprendizes, tenham cada vez mais condições de se tornarem jornalistas, distinguindo-se, por seu conhecimento e vontade, dos que não estão habilitados ao exercício da profissão, por não conhecê-la, e reiterando, assim, a diferença que o STF não soube compreender.
Como diz o verso daquela música cujo autor não lembro, “não tá morto quem luta; quem peleia”. Então é preciso lutar ainda mais, brigar ainda mais. É nisso que acredito. É isso que irei fazer. O conhecimento, uma vez mais, será a minha arma.
Um grande abraço a todos.
Isso para que fique cada vez mais claro, aos que estão chegando e que por mim passarem, que encontram-se diante de uma profissão com pelo menos 300 anos de tradição, que tem corpo docente qualificado, pesquisa, publicação nacional e internacional relevantes, representatividade científica e institucional (refiro-me à SBPJor, ao FNPJ, Fenaj, sindicatos etc.), e que é, portanto, digna de respeito.
Disse a meus alunos, ainda, - e o faço novamente agora -, que mais do que se perguntar se precisam ou não de formação universitária para exercer o jornalismo daqui para a frente, eles devem exigir que seus cursos de jornalismo, à revelia da instituição ou instância, lhes ofereçam cada vez mais qualidade; que seus professores estejam cada vez mais habilitados a exercer a docência em jornalismo, para que, por meio deste conhecimento, eles, os aprendizes, tenham cada vez mais condições de se tornarem jornalistas, distinguindo-se, por seu conhecimento e vontade, dos que não estão habilitados ao exercício da profissão, por não conhecê-la, e reiterando, assim, a diferença que o STF não soube compreender.
Como diz o verso daquela música cujo autor não lembro, “não tá morto quem luta; quem peleia”. Então é preciso lutar ainda mais, brigar ainda mais. É nisso que acredito. É isso que irei fazer. O conhecimento, uma vez mais, será a minha arma.
Um grande abraço a todos.
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15 de jun. de 2009
Hoje não faço anos. Duro
Se eu conseguir viver até os 80 (certa vez uma cigana disse, sem que eu tenha pedido, que eu viveria até os 96 anos...), então hoje, aos 42, terei vivido pouco mais da metade de minha vida, digamos assim, útil. Trata-se de um número interessante este; nem melhor, nem pior: meu. Um número que traduz muitos outros números e momentos, mas que pode ser dividido em duas partes mais ou menos iguais. Na primeira, configurou-se o pensamento; a maneira de ver o mundo (com tudo o que isso possa significar). Na segunda, a forma (igualmente com tudo o que isso possa significar). Entre uma parte e outra, uma vida; com mais erros que acertos, mas com uma vontade obstinada de continuar, só pra ver o que há ali adiante e sem saber ao certo em que direção seguir. Motivos para isso (o continuar) tenho de sobra, a começar pela minha família: a Fabi, que amo sobretudo, e os meus filhos, Verônica e Pedro. Talvez eles não tenham muito do que se orgulhar ou dizer quando eu me for, mas saberão, por meus passos, que eu tentei, com todas as minhas forças, ser o pai que não conheci, cuja saudades todos os dias sinto. O fato é que hoje, 15 de junho do ano da graça de 2009, acordei com 42 anos de idade. Nem alegre, nem triste: vivo. Fernando Pessoa diria que "hoje não faço anos. Duro". E eu concordo com ele.
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12 de jun. de 2009
Gira mondo, gira

Chama-se Gira Mondo, Gira.
SÃO PAULO (triste fim) - Trabalhei na “Folha de S.Paulo” de 1986 a 1994. Peguei os primeiros anos do “Projeto Folha”, um ambicioso plano de reforma do jornal e do fazer jornalismo, levado a cabo por um então jovem e impetuoso diretor de Redação, Otavio Frias Filho. Nossa turma era muito boa. Matinas Suzuki Jr., Leão Serva, Caio Túlio Costa, Marcelo Beraba, Carlos Eduardo Lins da Silva, Alon Feuerwerker, Mário Vitor Santos, Nilson Camargo, Edgard Alves, esquecerei muitos dos meus vários mestres do ofício, que me perdoem.
Cheguei muito novo, tinha 22 anos, e muito cedo assumi funções de chefia, num período histórico do país em que jornais tinham muita importância, bem mais do que hoje. Deixei amigos, dezenas deles, e se tem uma coisa de que me orgulho na profissão é de ter feito parte desse momento muito especial do jornalismo brasileiro.
Nesses anos todos, desde que saí do velho prédio da Barão de Limeira pela última vez, em maio de 1994, nunca deixei de ler a “Folha”. A relação de um leitor com seu jornal é muito especial, você gosta dele, se irrita às vezes, admira-o, odeia-o. Mas continua lendo. É hábito, o companheiro do café da manhã, o papel que te informa, por mais que a internet avance, sempre tenho a sensação de que jamais deixarei o jornal de lado, não me vejo passando requeijão na bolacha água-e-sal com um laptop na minha frente.
Hoje, porém, quando abri a porta de casa pontualmente às seis e meia da madrugada, tive pela primeira vez vontade de cancelar minha assinatura, mas teria de ser algo menos impessoal do que um telefonema para uma atendente que iria me dizer vamos estar verificando.
Tive vontade de ligar para meus tantos amigos que ainda labutam no palácio das pastilhas e perguntar, puta que pariu, o que vocês estão fazendo com meu jornal?
“Brasil está em recessão” foi a manchete da “Folha” hoje. Quatro palavras, em corpo grande, coisa rara, uma manchete tão curta e definitiva. A impressão que tive, sabendo como se faz um jornal, como se fecha uma Primeira Página, foi de que por muito pouco não colocaram um ponto de exclamação ao fim da sentença, algo que só não foi feito porque as regras do Manual de Redação são claras quanto a títulos, elas não permitem pontuação final, no máximo vírgulas e ponto-e-vírgulas na “Folha”, nem mesmo dois pontos.
Poderiam, também, colocar um “Ufa!” antes de “Brasil está em recessão”, mas o Manual, igualmente, não aceita. Porque a “Folha”, de alguns bons anos para cá, esqueceu todos seus princípios de jornalismo imparcial, apartidário, isento etc. Tudo que eu sempre aprendi ali, naquele prédio, e que serviu de base para minha conduta profissional.
Os exemplos são muitos, tantos que enumerá-los ficaria cansativo. A manchete de hoje é de um ridículo atroz, fala em “regra de identificação mais universalmente adotada” para concluir que o país entrou em recessão, “com dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto”.
Lá no meio do texto é que aparece a verdadeira notícia: ”Vistos mais de perto, os números mostram que a recessão, na sua definição mais vulgar, não chegou para todos, nem sequer para a maioria. Basta dizer que o setor de serviços, em que estão 60% do PIB, não caiu por dois trimestres consecutivos: teve expansão de 0,8% no primeiro trimestre, após a queda de 0,4% no final de 2008. Nesse grupo estão atividades do cotidiano que vão desde a escola dos filhos até os aluguéis, da oferta de saúde ao seguro do carro. É um setor que só costuma ver retrações quando há disparada do desemprego ou queda forte dos salários, até agora inexistentes. Pelo contrário: a massa salarial -que leva em conta o volume de emprego e os rendimentos- do primeiro trimestre ainda foi 5,2% maior que a de um ano antes. E o consumo das famílias, depois de encolher 1,8% na derrocada geral do final de 2008, subiu 0,7% na comparação com o trimestre anterior.”
Ou seja, a economia brasileira vai bem, resistiu à maior crise mundial desde 1929, a recessão da manchete é apenas uma ilação que se baseia numa “regra de identificação mais universalmente adotada”, embora ninguém saiba direito onde está escrita essa regra. A recessão da manchete é, na verdade, uma comemoração do jornal.
No começo deste mês, um texto assinado por Fernando Barros e Silva, editor de Brasil, que vem a ser filho daquele diretor do São Paulo Futebol Clube, atacou o governo federal por “pulverizar” a publicidade oficial comprando “mídia de segundo e terceiro escalões”, como se as verbas públicas devessem ser aplicadas exclusivamente na mídia de “primeiro escalão”, à qual a “Folha” deve achar que pertence. Uma das coisas mais ridículas que li na vida, não consigo entender como alguém é capaz de escrever tamanha sandice e ainda assinar o nome, e que mereceu uma ótima análise do jornalista Rodrigo Vianna, da TV Record, em seu blog (vale a pena a leitura, está aqui). Antes, poucas semanas atrás, houve o episódio do editorial chamando o regime militar brasileiro de “ditabranda”. Há algum tempo, também, o jornal abre espaço para um certo Luiz Felipe Pondé, articulista que destila suas idiotices semanalmente, acho, na contracapa da “Ilustrada”, que já teve Paulo Francis e Carlos Heitor Cony. Um reaça primário, filhotinho da TFP, uma coisa horrorosa.
São sinais que já deveriam ter-me feito cancelar a assinatura, mas como é o “meu” jornal, dei-lhe o befefício da dúvida, essas coisas devem estar passando sem ser lidas por alguém com o mínimo de discernimento, às vezes acontece. Mas não, não é isso que está acontecendo. A “Folha” se transformou num palanque medíocre, está rasgando sua história, acabando com sua credibilidade, jogando no lixo seu maior patrimônio.
E enquanto anuncia alegremente que o Brasil está em recessão em sua edição de hoje, fecha os olhos para as implicações políticas da greve na USP, isentando-se de apontar responsáveis e de criticar o governo estadual e sua polícia que joga bombas e baixa o cacete em estudantes, professores e funcionários como se fazia nos tempos do coronel Erasmo Dias, que lascou o sarrafo na comunidade acadêmica na reunião da SBPC na PUC em 1977, porque o governador é seu candidato à sucessão, sucessão que vem sendo tratada com inacreditável sutileza paquidérmica ao decretar, dia sim, dia não, que o terceiro mandato está descartado, que ninguém quer, que é um absurdo, que isso, que aquilo.
Dá pena ver o que fizeram da minha “Folha”. Mesmo assim, não vou estar cancelando minha assinatura. As alternativas para meu café da manhã não são grande coisa, infelizmente.
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11 de jun. de 2009
inconveniência
a luz débil do sol
que pela vidraça
entra
não faz
com que anjos
da noite despertem
nem que sonhos
se tornem
realidade
apenas ilumina
que pela vidraça
entra
não faz
com que anjos
da noite despertem
nem que sonhos
se tornem
realidade
apenas ilumina
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7 de jun. de 2009
O poema por inteiro
escrevo aqui
o poema derradeiro.
o poema torto, sem jeito:
o poema parido com defeito.
o poema que não sabe ser direito.
escrevo aqui
o poema sem calma,
o poema de minha’lma.
escrevo aqui, enfim,
o poema mais inteiro:
aquele que nasce primeiro.
o poema derradeiro.
o poema torto, sem jeito:
o poema parido com defeito.
o poema que não sabe ser direito.
escrevo aqui
o poema sem calma,
o poema de minha’lma.
escrevo aqui, enfim,
o poema mais inteiro:
aquele que nasce primeiro.
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Uma Feira para ficar na saudade
O movimento se deu de quatro formas. A primeira delas por meio de um site onde eles publicaram as notícias diárias da Feira, que por sua vez foram repercutidas na seção Últimas Notícias do Portal Viavale, aqui da região, com assinatura dos autores.
A outra forma diz respeito ao jornal-mural Diz Aí, que usualmente freqüenta os painéis da Unisc: durante a Feira, foi realizada uma edição-extra do Diz Aí, que por sinal ficou muito bonita e que, claro, tratou especificamente da Feira do Livro. A face digital do jornal-mural - o Blog Diz Aí - também representou uma importante contribuição aos alunos, à medida que, por meio dele, puderam exercitar a opinião em uma plataforma digital. Por fim, e ainda antes da Feira se encerrar, a moçada produziu e veiculou uma edição-extra do jornal Unicom, especialmente sobre a Feira do Livro.
Há de se falar, ainda, dos encontros e debates que se realizaram em outros locais que não a Praça Getúlio Vargas, mas que integraram, igualmente, a Feira do Livro de Santa Cruz do Sul e que foram cobertos pelos alunos do curso de Jornalismo da Unisc. É o caso do Bate-papo com o autor, realizado às 19h30 de quinta-feira, 4. Um grande momento, sem dúvida alguma, e que reuniu três grandes nomes da literatura gaúcha e brasileira: Sérgio Schaefer, Leonardo Brasiliense e André Czarnobai - o Cardoso.
Na foto de Luana Backes, da esquerda para a direita, eu, André, Sérgio e Leonardo.
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5 de jun. de 2009
Diz Aí extra está pronto

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Beira de calçada
cansado e triste,
à sombra de uma árvore qualquer,
sentado nas pedras da calçada marginal,
penitente solitário de outras paragens, perdido
em uma terra estranha onde as crianças
têm olhos claros e pele escura,
sinto-me só
ao lado dos que me cercam.
à sombra de uma árvore qualquer,
sentado nas pedras da calçada marginal,
penitente solitário de outras paragens, perdido
em uma terra estranha onde as crianças
têm olhos claros e pele escura,
sinto-me só
ao lado dos que me cercam.
Na natureza selvagem

A história é a seguinte: Chris McCandless é um estudante, digamos assim, diferente, à medida que gostava de estudar mas não se adaptava muito bem ao mundo. O que ele faz, então? Larga tudo, inclusive família, e pega a estrada em direção ao Alasca, para viver, como o título sugere, na natureza selvagem. Chris não vai sozinho: em sua mochila lhe acompanham Henry David Thoreau e Jack London, além de um saco de arroz, um rifle e algumas bugigangas mais.
Jon Krakauer, um jornalista, reconstrói a história de forma mais rica que Penn, mesmo considerando que se tratam de linguagens diferentes. No primeiro caso, o jornalístico, porque contextualiza melhor a vida de Chirs (relata aventuras semelhantes, explica de onde surgiu aquele ônibus, refaz caminhos etc.), enquanto que o segundo constrói um roteiro linear, previsivelmente poético, ainda que muito bem fotografado. Mas ainda prefiro este, o linear do cinema, haja vista que, no livro, volta e meia fica a sensação que Krakauer se perde no caminho, também.
Mas esse, caros amigos, é o meu ponto de vista. Leiam o livro. Assistam ao filme.
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Demétrio de Azeredo Soster
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1 de jun. de 2009
Novo Enfoque Vila Brás já está circulando

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Demétrio de Azeredo Soster
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