A cada dia que se passa encontro mais exemplos do que trabalhei em minha tese, ainda que neste caso não diretamente voltado ao jornalismo. Ou seja, mostras de que, em um cenário de profunda imersão tecnológica, o sistema midiático-comunicacional tende a voltar suas operações para seu próprio interior, em uma perspectiva auto-referencial. Com isso, adquire contornos mais visíveis em relação aos demais sistemas (econômico, político etc.), autonomizando-se. Mas não apenas: interfere e é interferido pelos demais sistemas, funcionando como uma espécie de regulador destes. Ocorre que, quando isso se verifica - e eis minha tese - também os dispositivos que compõem o sistema midiático se midiatizam, ou seja, sofrem afetações as mais diversas.
É o que se pode observar, por exemplo, na matéria publicada na página E10 da Ilustrada, by Folha de São Paulo, deste sábado. O texto, intitulado "Fenômeno da internet, Twitter conquista a TV", explica como os apresentadores de televisão brasileiros estão se utilizando dos microblogs para se aproximar da audiência. Ou, por outras palavras, registra a mudança de operação que se estabelece quando os dois dispositivos - twitter e televisão - encontram-se no mesmo plano operacional, o que só é possível se pensar considerando-se a internet como um elemento que amalgama o sistema midiático.
O fato de a mídia dialogar com a própria mídia é novidade? Certamente que não. Isso sempre ocorreu. A diferença é que agora isso parece estar ocorrendo com mais intensidade, basicamente porque o momento evolutivo atual, de profunda imersão tecnológica, é substancialmente diferente de tudo o que vimos e vivemos até então. A internet, como observei, é parte fundamental deste processo. A isso chamo de midiatização.
Para quem assina a Folha, entre na matéria por aqui.
27 de jun. de 2009
Twitter e tevê dialogam mais intensamente
Postado por
Demétrio de Azeredo Soster
às
19:16
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