A semana se inicia com uma dica de leitura: Dez dias que abalaram o mundo, de John Reed (L&PM, 2002). Edição de bolso, baratinha e prática, portanto; sobretudo, fundamental a quem se interessa por jornalismo.
Aparentemente, o livro apenas conta a história da Revolução de 1917, que se inicia quando a Rússia, debilitada pelo esforço da Primeira Guerra, entra em um período de convulsão social e mais tarde acaba por dizer adeus à era dos czares por meio do regime socialista.
Digo aparentemente porque o que temos aqui é mais que o relato de um dos momentos históricos mais importantes do século 20: trata-se de uma evidência fundamental da diferença que o jornalismo representa à sociedade.
O relato de Reed, norte-americano, permite que saibamos, para além dos fatos históricos, detalhes que usualmente não freqüentam os livros. E que são, no entanto, fundamentais, para uma compreensão mais larga do que houve por aqueles lados.
Isso é possível por meio da descrição de detalhes aparentemente sem importância, como a alegria dos soldados quando começava a nevar (afinal, neve era sinônimo de saúde), passando pelo que ocorria nas infindáveis discussões políticas (modo de se vestir, comer, o que fumavam, onde dormiam os revoltosos etc.), até o choque cultural que se estabeleceu entre a burguesia e o proletariado quando este tomou o poder.
Ou seja, jornalismo na veia.
Mais que isso, como de hábito, só lendo o livro.
18 de jan. de 2010
Dez dias que abalaram o mundo
Postado por
Demétrio de Azeredo Soster
às
08:16
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1 comentários:
Deu curiosidade de ler esse livro e buscar esses detalhes que você citou. abraços Eli Antonelli
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