Há um bocado de coisas que a gente faz nesta vida sem saber exatamente por quê, ainda que desconfie, basicamente porque nos sentimos bem.
Assistir ao pôr do sol, por exemplo (esquece o Guaíba por um segundo e se concentre apenas no sol se pondo, por favor): há coisa mais sem sentido que o ocaso e, ao mesmo tempo, mais deslumbrantemente bela, à revelia de onde se esteja?
Ou, como diria Walt Whitman, há algo mais ou menos profundo que um toque?
Com a literatura ocorre algo parecido.
Claro que, em especial para nós, jornalistas, ler é fundamental, pois amplia o vocabulário, empresta mais riqueza às construções frasais e estilísticas e tudo o mais.
Mas e o que dizer da leitura dos romances per sí, ou seja, sem nenhuma intenção de uso que não o prazer das palavras?
Para escritores do porte de Mario Vargas Llosa, com os quais eu concordo, ler um romance, além de ser extremamente prazeroso (falo dos bons romances), nos torna mais humanos.
Basicamente porque é em textos assim que encontramos a essência do que somos, a exemplo do que ocorre quando o sol de põe no horizonte e cobre de vermelho nossos braços.
Leia o que Vargas Llosa pensa a respeito do assunto no ensaio Em defesa do romance, publicado na Piauí deste mês.
23 de out. de 2009
Em defesa do romance
Postado por
Demétrio de Azeredo Soster
às
13:55
Marcadores:
ensaio,
Mário Vargas Llosa,
Piauí,
romance
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
Tens razão, concordo absolutamente em tudo. Isso ocorre por exemplo quando lemos para as escolas, dirigimos a mente para a análise e não a deixamos flutuar.
Postar um comentário