Tipo assim: o filho nasce; a vida social de papai e mamãe despenca barranco abaixo, o bebê cresce um pouquinho, fica (mais) lindinho, (mais) sociável, e ele, o casal, finalmente contrata uma babá e vai ao cinema. Isso em plena segunda-feira. O filme escolhido - sugestão de papai - é estiloso: um épico ambientado na Austrália de antigamente, dirigido por Baz Luhrmann e com Nicole Kidman e Hugh Jackman (o Volverine, de X-Man) no elenco.Três horas depois, literalmente, papai e mamãe, ela com dor de cabeça e morrendo de saudades de seu bebê; ele com os testículos inchados, chegam à conclusão que o filme é ruim. Papai é mais radical: sai do cinema achando que o diretor ou a) estava bêbado; ou b) estava com preguiça; ou, ainda, em decorrência de a) e b), e aí chegamos à opção c), quis fazer todos os filmes de sua vida em um só e aí misturou tudo o que conseguiu em uma mesma película, como se mundo efetivamente fosse se acabar. Um lixo, enfim.
Bueno, há quem diga, caso do site e-pipoca, que Austrália é bom e "(...) mescla, em um mesmo contexto, filmes como "Entre Dois Amores" e "E o Vento Levou". Não assisti "Entre dois amores", mas acho um desrespeito com "E o vento levou" fazer este tipo de comparação. Vejam com seus próprios olhos e depois me digam.
Em tempo: salvo um chororô básico, o bebê se comportou bacana com a nova babá.
4 comentários:
Profe Deee!! Agora eu também faço parte da blogosfera (antes tarde do que nunca né?! hehe)!! Quando der faz uma visitinha ai: http://ofantasticomundodebianca.blogspot.com/
Aguardo teus comentários sempre pertinentes!
Já te favoritei lá!
Demétrio, a tua opinião acompanhou a da crítica especializada nacional e internacional. De maneira geral, poucos gostaram de Austrália.
E, entre esses, eu.
O filme é cheio de evidentes defeitos, especialmente no roteiro que, bem como tu disseste, atira para todos os lados e não encontra o ponto certo de parar (a última meia hora é massante).
Maaaaaaas...eu acho que não podemos nos esquecer que se trata de uma fábula. E a proposta, me parece, é contá-la dessa forma mesmo. Eu me encantei com os travellings por aquelas paisagens australianas belíssimas, e com as seqüências de aventura extremamente excitantes. Sem falar nos valores que o filme evoca, que tornam tudo mais atraente.
O Baz Luhrmann deu um toquezinho bem pessoal elegendo "Over the rainbow" como música-tema. É típico do sujeito misturar referências as mais diversas (vide seu outro grande filme, Moulin Rouge).
Enfim, eu gostei. Não é o melhor dos filmes, mas gostei.
Te sugiro um artigo assinado pela Geo Euzebio, uma amiga minha do Rio de Janeiro, publicado no site Cineplayers: http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1518
Abraços!!
E, pois. Então é uma fábula? Ou não seria um épico? Quem sabe uma romance, ou um filme de aventura? Eis o "x" da questão, meu amigo Pedro: o que é, mesmo, esse filme; não pelo que diz o enunciado do cartaz, mas, antes, pelo enredo; pela narrativa? Digo isso porque, - e folgo em saber que o resto do planeta concorda comigo, ainda que alguma dissonância seja sempre bem-vinda -, quer me parecer que o grande pecado do filme seja um princípio que, em literatura, chamamos de verossimilhança. Ou seja, seqüências lógicas de construção, mesmo que estas sejam se ordem surreal. Traduzindo: coerência estética. Creio que este foi o grande pecado do filme. Se fosse eu, ângulo sempre mais fácil de se observar, em especial depois de a obra estar pronta, seguraria na história da fazenda, com seus bois, cangurus e crocodlos gigantes (que apareceram pouco, diga-se) à espreita. Menos aquela bricolagem apressada do início, que esta eu tirava sem dó. Em tempo: amanhece com chuva em Santa Cruz do Sul.
Mas vocês pelo menos aproveitaram a pipoca, né?? Lembra do meu texto sobre a relação entre pipoca e cinema?
Quando o filme é ruim o que salva é a guloseima! hehehe.. To brincando!! To brincando!!
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