19 de fev. de 2009

Para (re) pensar o magistério

O Curso de Comunicação da Unisinos, onde também leciono, abriu o semestre nesta quarta-feira com uma palestra da professora-doutora Maria Isabel da Cunha, fundamental quando o assunto é ensino, em nosso caso de jornalismo. Por cerca de duas horas, a professora do pós em Educação da Unisinos, com ênfase em ensino posterior, discorreu, em primeiro lugar, a respeito da evolução do ensino em nível universitário no Brasil, mas também - e chegamos ao que interessa - ao conhecimento que forma o professor universitário.
A conclusão, claro, é que a prática do ensino não é incentivada em nível de mestrado e doutorado, haja vista que a ênfase de ambas as instâncias é na pesquisa. Digo isso com muita tranqüilidade: no meu mestrado havia uma disciplina de prática de sala de aula. No doutorado, o assunto passou batido. Por outras palavras, equivale a dizer que o professor, na pós-graduação, se faz professor na prática, mas não aprende formalmente a sê-lo. Não estuda didáticas, técnicas de avaliação: tudo é na base da intuição, do aprender fazendo.
Se o sujeito possui experiência na área que conhece, e no jornalismo não é possível imaginar um professor que não tem experiência, metade do problema está solucionado. Mas e o resto?
Outro ponto fundamental nas reflexões de Maria Isabel da Cunha disse respeito à questão da memória: via de regra, nós, professores, morremos com o conhecimento de exercício do magistério que aprendemos, como disse, na maior parte das vezes na prática. Ou seja, não publicamos nada; não dialogamos sequer com nossos pares, como se fosse uma vergonha falar de nosso próprio trabalho. E isso é ruim em muitos sentidos.

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