1 de mai. de 2011

Sobre erros e ouvidores

Suzana Singer, ombudsman da FSP, escreve nesse domingo sobre a prática de revelar a autoria dos erros, coisa que a Folha o faz, mais recentemente, por meio da explicitação do nome do repórter envolvido na matéria.

Aos olhos do senso-comum (nossas tidos e tias, amigos etc.) está correto: errou, tem de dizer quem, como e por quê, coisa, aliás, que ainda não acontece, o tal do dizer por quê.

Ocorre que, em jornais, e em especial das grandes estruturas, o nome que vai assinado junto à matéria representa apenas parte da autoria da mesma: ao longo do processo de elaboração de uma edição, a matéria sofre interferências as mais diversas, nem todas brandas, nem todas adequadas.

Por isso é complicado atribuir méritos, e defeitos, a uma só pessoa, como normalmente ocorre, sendo mais acertada a ubíqua "erramos".

Felizmente essa é a posição defendida por Singer na coluna "Eu erro, tu erras, ele erra".

Ponto para um espaço que, aos meus olhos, tem perdido muito de seu vigor desde a saída de Mário Magalhães, pelos motivos que ele explicitou em sua última coluna.

(Em tempo: não deixa de ser curioso que, mesmo sabendo disso, os jornalistas só se importam com as interferências negativas em seus textos; as positivas parecem não vir ao caso, ou são compreendidas como naturais. Ao final, se tudo der certo, os méritos são de quem assina, o mesmo não ocorrendo em relação aos erros, mas esse é assunto para outro post.)

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