16 de jul. de 2008

Considerações a respeito de O Mago

Se você é daqueles que, como eu e a torcida do Flamengo, encantaram-se com versos tipo "enquanto você se esforça pra ser/um sujeito normal/e fazer tudo igual", ou, "se você quer tomar banho de chapéu/ou esperar papai-noel/ou discutir/carlos gardel/então vá:/faça o que tu queres, pois é tudo da lei", - e, por outro lado, acham livros como Brida, O Alquimista e O Diário de um Mago muito mal escritos, apesar das histórias - então não pode deixar de ler O Mago - a biografia de Paulo Coelho, escrita por Fernando Morais e publicada pela editora Planeta neste 2008. Um tijolaço: e lã se vão mais de 600 páginas!!!! A verdade é que, poucas vezes em toda a minha vida (ando superlativo ultimamente, não liguem), um livro deste gênero foi tão capaz de desfazer encantos como este que vos descrevo, ainda que apressadamente. Não por cruel, haja vista que ao fazê-lo, não faz mais que cumprir - e bem - sua função de biografia. A má notícia é a seguinte: Paulo Coelho - e Raul Santos Seixas - são seres humanos. Como tal, capazes de babaquices as mais diversas, mas também de coisas bem legais. Claro que, no caso dos dois, em especial do "Mago", as babaquices parecem disputar espaço entre si, de tantas e tão expressivas (plágios, tropeços de caráter, ambição desmedida etc.). Mas, no cômputo final, trazem o perfil de um personagem rico, portanto interessante. O livro foi construído tendo como eixo principal os diários de infância de Paulo Coelho, entrecortado com entrevistas aqui e ali. Eu gostei, ainda que não tenha entendido, ainda, como este sujeito foi capaz de vender, até aqui, mais de cem milhões de livros.

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