25 de jan. de 2011

Em defesa dos adjetivos

Sempre tive cá com meus botões que adjetivos, via de regra, servem antes para disfarçar ausência de versatilidade narrativa que para dar cor ao texto, seja ele qual for.


O excerto abaixo, abertura da matéria "Em defesa dos adjetivos" (Piauí, edição 52), coloca uma interrogação nessa certeza já a partir da linha de apoio: "Ditadores e generais costumam dispensar tudo o que não seja verbo e substantivo".

O texto:

"Muitas vezes nos mandam cortar nossos adjetivos. O bom estilo, conforme dizem, sobrevive perfeitamente sem eles; bastariam o resistente arco dos substantivos e a flecha dinâmica e onipresente dos verbos. Contudo, um mundo sem adjetivos é triste como um hospital no domingo. A luz azul se infiltra pelas janelas frias, as lâmpadas fluorescentes emitem um murmúrio débil."

Faltou dizer que, para usar adjetivos, é preciso habilidade, capacidade de escrever.

Mas também está dito no texto de Adam Zagajewski, lá pelas tantas, que "A memória é feita de adjetivos."

Que se adjetive, então.

1 comentários:

Guilherme Póvoas disse...

Eu gosto, para além dos adjetivos, também dos superlativos. Apesar de que, usar adjetivo como a Veja usa, é desadjetivar.