Sempre tive cá com meus botões que adjetivos, via de regra, servem antes para disfarçar ausência de versatilidade narrativa que para dar cor ao texto, seja ele qual for.
O excerto abaixo, abertura da matéria "Em defesa dos adjetivos" (Piauí, edição 52), coloca uma interrogação nessa certeza já a partir da linha de apoio: "Ditadores e generais costumam dispensar tudo o que não seja verbo e substantivo".
O texto:
"Muitas vezes nos mandam cortar nossos adjetivos. O bom estilo, conforme dizem, sobrevive perfeitamente sem eles; bastariam o resistente arco dos substantivos e a flecha dinâmica e onipresente dos verbos. Contudo, um mundo sem adjetivos é triste como um hospital no domingo. A luz azul se infiltra pelas janelas frias, as lâmpadas fluorescentes emitem um murmúrio débil."
Faltou dizer que, para usar adjetivos, é preciso habilidade, capacidade de escrever.
Mas também está dito no texto de Adam Zagajewski, lá pelas tantas, que "A memória é feita de adjetivos."
Que se adjetive, então.
25 de jan. de 2011
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1 comentários:
Eu gosto, para além dos adjetivos, também dos superlativos. Apesar de que, usar adjetivo como a Veja usa, é desadjetivar.
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